Jorono | Pixabay



Censo
. Ele sempre desperta curiosidade. No realizado em 1920, a cidade tinha 84 estrangeiros. Os distritos patrocinenses de Coromandel, Abadia dos Dourados, Serra do Salitre e Cruzeiro da Fortaleza tinham mais alguns. Além de poucos italianos, ingleses e norte-americanos, a predominância era gente de origem árabe. Mais especificamente, libaneses. O desenvolvimento do Município, nos últimos cem anos, comprova a dimensão da gente oriunda do Líbano para Patrocínio. Principalmente, no comércio e indústria. O apogeu mercantil libanês na urbe ocorreu nos anos 50/60/70. A Av. Rui Barbosa transfigurou-se no seu lugar preferido.

PARAÍSO LIBANÊS – Nos anos dourados (décadas de 40 a 70), na principal avenida de Patrocínio, desde a Praça Santa Luzia até a Av. Faria Pereira, existiram diversos estabelecimentos comerciais de famílias de origem do Líbano. A começar pela Loja do Jamal (o comerciante Jamal era libanês puro sangue), situada no térreo do Hotel Santa Luzia. Posteriormente, Casa Libaneza de Rabah Issa. Depois, o luxuoso Cine Patrocínio, dos irmãos Jorge e João Elias. Ainda na praça (na pista da avenida), localizava a Casa São Paulo (do libanês Chucre). Ao lado, na esquina, com Rua Elmiro Alves do Nascimento, Casa das Louças (de Nadim Antônio Isaac, depois de Zico Mansur), especialista em objetos domésticos, inclusive rádios. Do outro lado da rua, onde começa propriamente a avenida, localizava-se a Casa Facury, onde se encontrava tecidos, muitos brinquedos e chapéus marca Ramezoni. É bom lembrar que os variados tecidos (chita, casemira, brim, seda, tergal, seda, etc.) eram destinados pelos compradores aos alfaiates e costureiras para o fazimento das calças, vestidos, saias e outras peças. Do outro lado da avenida, em frente à Casa Facury, a Casa Mansur (de Antônio Mansur). Um pouco acima, à direita para quem sobe a avenida, a Casa Daura (de José Daura), família dos engenheiros Ibrahim e Alberto Daura. Camisas Ban-Lon e calças/saias de “naycron” eram a moda dominante. Mais tarde, surgiu a Daura Car, em outro local da avenida.

E TEM MUITO MAIS – Ainda na Av. Rui Barbosa, nº 304 após a Rua Bernardo Guimarães, a Casa de Calçados, de Abrão Elias Nader (irmão de Jorge Elias). Na esquina das avenidas Rui Barbosa e Faria Pereira, era o endereço da Automig (Miguel Felippe S.A.), revendedor Ford e Esso, da família Wadhy e Lutfala. Ainda nesse cruzamento, porém do lado oposto, havia o Posto (de combustível) São Cristóvão, revendedor Shell e dos veículos (nacionais) Vemag (DKV e Vemaguete). A propriedade era dos irmãos Felix (Nazir Felix foi presidente do inesquecível CAP/1963). Casa Brasil (brinquedos e tecidos), de Brasil Antônio Isaac (Fone: 558) também na Rui Barbosa. Loja Moisés (de Maria Moisés), essa fora do eixo da Avenida.

INTELECTUAIS DE ORIGEM ÁRABE – Dois médicos, dois irmãos da família Wadhy. Dr. Michel Wadhy (fundou a Academia Patrocinense de Letras, em 1982) manteve o seu consultório na Av. Rui Barbosa, quase Rua Pinto Dias. Dr Latif Wadhy residia na Praça Santa Luzia (entre o Cine Patrocínio e a Casa São Paulo). Ainda na Av. Rui Barbosa, residia a irmã dos dois médicos, professora Laga Wadhy (ginásios e Escola Normal).

A MAIOR INDÚSTRIA – O Frigorífico Dourados, antes Frigorífico Patrocínio, dos irmãos Jorge e João Elias, situado (ainda) na Av. José Maria Alkmim (anos 50 e 60), tornou-se nos anos 80, o maior arrecadador de ICMS de Patrocínio e o 4º maior frigorífico de Minas.

FÁBRICA LIBANESA – Em 1964, existiu a Malharia Rusnam (Mansur ao contrário), de João Mansur, na Praça Santa Luzia, 149, Fones 425 e 346. Lá fabricava vestidos, blusas, camisas e conjuntos. Perfumaria em geral era encontrada na loja Narciso Azul, de Rosa Isaac, na Av. Rui Barbosa, 197, Fone 292.

ATÉ NO FUTEBOL – Nazir Felix comandou o CAP, chamado em 1962/63/64, de Atlético Patrocinense. Equipe de Edward, Jovelino, Gulinha, Dedão, Totonho e companhia. De 1967 a 1974, Jorge Elias liderou o Patrocínio E.C., versão com outro nome do CAP (que devia à FMF). Simplesmente foi campeão do Triângulo. Nos anos 60, atletas descendentes de libaneses participaram de equipes patrocinenses. Como exemplo, o atacante Dizinho (Wadhy Rebehy Neto) que atuou pelo acadêmico Flamengo e Seleção de Patrocínio.

SEM DÚVIDA ALGUMA – A presença dos libaneses e de seus herdeiros (em termos de raça e cultura) em Patrocínio transformou-se na maior colônia estrangeira no Município. Tornou-se parte peculiar da gente patrocinense. Inseparável. Família gêmea, de verdade.

SOBRE O LÍBANO – A Capital é Beirute. País a leste do Mar Mediterrâneo. República entre a Síria e Israel. Civilização de mais de 7 mil anos de história. Província da França, desde a 1ª Guerra Mundial até 1943. Após a Guerra Civil Libanesa (1975-1990), era chamado de a “Suíça do Oriente”, devido o seu poder financeiro. Mulçumanos: 61%, cristãos: 34%, drusa: 5% dos 6.825.000 habitantes. Por lá estiveram fenícios, assírios, persas, gregos, romanos, árabes e turcos otomanos, além dos franceses. E até Alexandre Magno em 332 a.C. Árabe é a língua oficial nacional. A moeda é a libra libanesa. Lá o pai é quem tem poder sobre a esposa e os filhos. Mesmo se o pai morre, a responsabilidade pelo filho não é da mãe, é da família do pai. E é dessa incrível terra de apenas 10.452km² de superfície, e, de grande empreendedorismo comercial, que vieram dezenas de libaneses para o município de Patrocínio, ao longo dos últimos cem anos.

(Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.)

A pior coisa do mundo é quando você está muito concentrado e algo o assusta.

As duas horas começava o meu programa “Roda Viva”. Saia de casa sempre por volta de 13h45, descia pela rua Marechal Floriano, passava pelos Lions Lilia Brandão, à esquerda, e Lions Patrocínio, à direita, subia para o bairro Marciano Brandão.

Uma tarde de muito sol, ia tranquilo, nenhum pensamento, talvez ouvindo uma música, não percebi que havia um pintor no alto de uma escada, com o balde de tinta preso do lado, escrevendo algo na fachada do prédio da equina da mesma Marechal Floriano com Quintiliano Alves. Buzinei ao chegar na esquina. O pintor estava tão concentrado que assustou demais, deu um safanão na escada e caiu em câmera lenta pro lado esquerdo. O interessante é que enquanto caía, a escada não desgrudou da parede nem ele da escada e também não deixou o pincel cair. Foi fazendo uma parábola de tinta até chegar no chão.

Desci do carro, perguntei se ele tinha se machucado, ela respondeu que não, fora só um susto, além de ter que pintar aquele risco que ficou na parede do letreiro até o chão. O Tacão era o tal pintor. Isso aconteceu há mais de 15 anos, mas todas as vezes que nos encontramos, lembramos da história que não deixou sequela, a não ser engraçada. Foi só o susto.

Tacão é meu amigo Eustáquio José dos Reis, um artista com as letras. Ele é representante do Conselho Estadual de Participação e Integração da Comunidade Negra, que todo ano realizava a “Noite das Estrelas”, focalizando as pessoas negras que se destacam na comunidade.


Esta cronica integra o livro "O Som da Memória - O retorno" , que será lançado ainda neste mes de setembro de 2022


Aplausos - por favor, de pé! 7° lugar. Não é pouca coisa, não, meu senhor! Minas tem 853 municípios. Governo Deiró pode comemorar com muito mérito. Ele que sempre priorizou a educação em sua plataforma de trabalho.

Este índice positivo, fala alto da dedicação, da competência e da sinergia de todos envolvidos com a educação na época...da pandemia.

7° entre 853. Teve um trabalho sério, intenso e responsável por traz de tudo? Frutos, frutos estão comprovados.

Tudo muito bom; tudo muito bem. Só que um enorme detalhe salta aos olhos. Tem uma flagrante omissão nos releases que circulam nas redes.

QUEM ERA O SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO NA ÉPOCA deste ranking honroso?

Quem me conhece sabe que a injustiça me incomoda.

Por ato falho, ingratidão ou falta de humildade, ninguém cita o nome do Prof° RODRIGO DE OLIVEIRA. Não é mencionado.



De 06/01/ 21 a 07/01/ 22, ele era o titular da pasta. Exatamente no período mais estarrecedor da peste xing e ling. O mundo inteiro em completo vôo cego. Vidas sendo dizimadas a rodo. Lokdown total. Todos na caverna do medo. A vacina era um sonho de país de primeiro mundo. O momento era desafiador. Rodrigo e sua equipe se agigantaram naquele cenário de transe agudo. Ele, próprio, contraiu o vírus, ainda que no grupo de comorbidade, sobreviveu..

Era um pai, lutando pelos outros pais.
Perdeu noites de sono, naquela que foi uma operação humanitária mais emblemática. Vidas frágeis em grande risco de morte.

A educação não podia parar. Não parou. Enfrentaram de frente os titânicos bichos de sete cabeças. Aprenderam a ensinar com habilidade e agilidade. Aulas virtuais. No tripé, educação, tecnologia e pedagogia, foram exemplo regional, criando plataformas individuais para cada educandário. Ou seja, a qualidade do ensino não caiu.

Enquanto a Secretaria da Saúde dava um show de vacinação, vacinando os profissionais de saúde e logo os da educação, Com rígidos protocolos de saúde, a vida voltava ao novo normal. Na sua gestão, eles fecharam todas as escolas, ele abriu todas elas com extrema responsabilidade. E planejou, deixou mastigado, muito do que se executa hoje na pasta...

Como recompensa, foi humilhado, atacado, execrado, exonerado e... como se vê, esquecido.

Reconhecido por ser dinâmico, franco e gostar de executar as coisas certas, o que veio depois deixou muitas indagações no ar...

Com o novo normal, flexibilização, um mimimi daqui, um piripaque dali... vitória dos bastidores. Foi afastado, com direito a carreata e foguetório. Alguém disse: "É a primeira vez, que um secretário é afastado com uma manifestação desta em Patrocínio". Ou, seja, foi desonrado publicamente.

H
oje, Prof Rodrigo é o atual Diretor Executivo do Procon. E mesmo com toda falta de instrutura, ( falta, por exemplo, um veículo exclusivo para o vasto trabalho do órgão) o Procon de Patrocínio, já é destaque regional...

Papo reto. Pelo visto, o prefeito Deiró, não lhe vai lhe chamar em seu gabinete para parabeniza- lo pelo trabalho; nenhum vereador, vai lhe outorgar uma Moção de Aplausos, nem citar seu feito no Parlamento Municipal; a imprensa vai fazer vistas grossas; outros vão usurpar seus méritos. Centenas e centenas de pessoas vão ler esse texto de nossa lavra, na rede social, pouquíssimos, porém vão "curtir".

No entanto, por aqui, este cronista com seu fiozinho de voz, (sem rabo preso) coloca o nome do filho da Prof Creuza Basílio, com letras garrafais, num Pedestal de Honra.

PATROCÍNIO FOI DESTAQUE NO ÍNDICE DE DESENVOLVIMETO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA EM 2021 ( PERÍODO DE PANDEMIA) Faltou mencionar no âmago do texto:

"...E O RODRIGO DE OLIVEIRA FOI O NOSSO SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO NA ÉPOCA.."

Ipsis litteris, a referida matéria da prefeitura diz o seguinte:

" IDEB: MESMO COM A PANDEMIA, PATROCÍNIO CONSEGUIU FICAR EM 7º LUGAR GERAL ENTRE AS REDES MUNICIPAIS DE ENSINO DO ESTADO

OBTIVEMOS A MELHOR NOTA ENTRE AS PRINCIPAIS CIDADES DAS REGIÕES DO ALTO PARANAÍBA E TRIÂNGULO MINEIRO

Na sexta-feira, 16/9, foram divulgados os resultados do IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira 2021.

Com a pandemia, enfrentamos grandes problemas, e de forma mais desafiadora na área da Educação, colocada por nós dentre as prioridades naquele trágico período.

Todos se lembram, em Patrocínio saímos na frente (e até servimos de modelo para outras cidades) ao oferecermos ensino a distância (aulas online) aos estudantes da Rede Municipal.

Com a plataforma digital, cada escola teve o seu Ambiente Virtual de Conteúdo. Para tal montamos estúdios de aulas remotas e capacitamos os professores.

Como era de se esperar, o IDEB caiu em todo o País.

A meta proposta pelo MEC para 2021 era de 6.6. Em Patrocínio continuamos superando esta meta.

Ficamos em 7º lugar geral entre as redes municipais de ensino de Minas Gerais. E obtivemos a melhor nota entre as principais cidades das regiões do Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro, inclusive Belo Horizonte.

Em matéria de Educação não temos medido esforços, fazendo os investimentos que possibilitem a realização de um trabalho sério, responsável, competente e de resultados."


...E O RODRIGO DE OLIVEIRA FOI O NOSSO SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO NA ÉPOCA..

Fotos: Luiz Antônio Costa | Rede Hoje

Tempo. Esse seco de agora (baixa umidade), com temperaturas elevadas, demonstram, mais uma vez, a ausência da natureza na região. E principalmente Patrocínio. A carência de árvores no Município não envolve apenas ruas e praças. A falta se estende por quilômetros e mais quilômetros no território rangeliano. O documento oficial “Diagnóstico da Bacia do Rio Paranaíba” ajuda a mostrar o tétrico cenário, em termos de meio ambiente. O documento pertence à ANA (Agência Nacional de Águas), elaborado pela Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos-Cobrape. Para se ter uma ideia, em 2010, Patrocínio desmatou 24km² de cerrado e Patos de Minas, com área de cerrado muito maior, desmatou só 1/3 do desmatamento patrocinense. Ou seja, 8,8km². E os demais grandes municípios da região cortaram mais árvores do que a dupla Patos-Patrocínio.

O BIOMA CERRADO – A bacia hidrográfica do Rio Paranaíba abrange Minas, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso. Araguari, Perdizes, Uberaba, Uberlândia, Coromandel e Araxá desmataram mais do que Patrocínio. Já as demais cidades menores da região desmataram bem menos. Exemplos: Monte Carmelo (10km²), Romaria (1km²), Cruzeiro da Fortaleza (2,6km²) e Guimarânia (0,5km²). Portanto, Patrocínio e Patos de Minas estão em situação melhor, nesse aspecto (desmatamento do cerrado) do que as outras grandes cidades regionais. Mas... desmataram também.

PRIORIDADE – Esse estudo da ANA indica algumas Áreas Prioritárias à Conservação. Uma delas inicia-se no município de Patrocínio, às margens do Rio Dourados, passa por Coromandel na região do Rio Paranaíba e abrange pequena parte em Goiás. Essa área é caracterizada como “prioridade extremamente alta”. Portanto, desmatamento por lá está impedido.

PATROCÍNIO TEM DUAS BACIAS – Entre as bacias afluentes do Rio Paranaíba (que enviam suas águas para o Paranaíba), Patrocínio é banhada (constituída) por duas. A bacia do Rio Dourados, mais ao norte da cidade, que compreende Patrocínio e Coromandel. E a bacia do Rio Araguari, ao sul. Essa com área 10 vezes maior. O Rio Araguari nasce na Serra da Canastra (próximo onde nasce o Rio São Francisco), e, percorre 475km até cair no Paranaíba, na divisa de Minas e Goiás. No caminho pequenos rios e riachos desembocam no Rio Araguari. Tais como o Rio Uberabinha e o patrocinense Rio Quebra-Anzol.

CERRADO À BEIRA DO FINAL – Na região de Patrocínio quase não há remanescentes de vegetação nativa, segundo o Diagnóstico. Tão somente alguns pequenos pontos em direção a Coromandel, na circunvizinhança entre Guimarânia e Salitre, e, diminutos pontos entre Patos de Minas e Carmo do Paranaíba. O que resta mesmo do cerrado encontra-se entre Cristalina (GO) e Catalão (GO).

PATROCÍNIO MINERADOR – A mineração em Araxá, Tapira, Lagamar, Serra do Salitre e Patrocínio é responsável por 82% da demanda por água, na Bacia do Rio Paranaíba.

CONFLITOS POR CAUSA DE ÁGUA – Há algum tempo, o IGAM do Estado emitiu 37 declarações de áreas de conflito. No Alto Paranaíba diversas. De Patrocínio, foram registradas declarações no Córrego Queixada, Ribeirão dos Pavões (essa é a maior área patrocinense, com 142km²) e Córrego Bom Jardim. Os conflitos são em função da disponibilidade hídrica e os usos de água. O Alto Paranaíba é a região da bacia (MG, GO, DF e MS), que tem a maior agricultura irrigada.

ALERTA TOTAL – Depois do IBGE constatar que Patrocínio está bem na rabeira, dentre as cidades mineiras, quanto à arborização (mais de 220 cidades em melhores condições verdes). Depois da organização Map Biomas informar a taxa de formações florestais naturais por habitante é baixíssima em Patrocínio (algo em torno de 10% do desejável). Depois do Ministério do Meio Ambiente afirmar que faltam unidades de conservação e proteção integral e uso sustentável, no Município. Depois dos incêndios no Serra Negra, Matinha e Serra do Cruzeiro. Depois de tudo isso, registrou-se mais um sinal amarelo. Ou melhor, um sinal amarelo já se avermelhando.

CONCLUSÃO – Por tudo isso, é bom conhecer um pouco o que a ANA recomenda. As informações do “Diagnóstico da Bacia do Rio Paranaíba” apenas reforçam o que outros órgãos oficiais ou do meio ambiente já documentaram. Pensar no futuro é a questão maior. É pensar grande! É ter visão do que é o melhor para a população.

(Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.)

PETRICHOR…

("Singin'in the rain")

Hoje passei na Praça Honorato Borges e fiquei assistindo ao espetáculo que o vento fazia com as folhas secas das sete copas.

Vento traquino, sem modos, tira as folhas pra dançar pra lá e pra cá, um ritual que enche a tarde de alarido. Pra mim é melodia.

As ruas outrora limpas, ninguém vence varrer, mas ficam lindas como deve ser.

E nem é a chuva. Apenas o prenúncio dela..."Vá, chuva, venha!" Grita a natureza, na cidade e na roça, ecoa e vibra em meu ser.

Conhece, (claro que sim) o Filme “ Cantando na Chuva". Se disser que é aquele em que o ator, em cena antológica, canta e dança na chuva, explodindo de felicidade, não haverá no mundo quem não se lembra. Este filme já completou 70 anos e nunca saiu de moda. Por que chuva sugere alegria, pede dança.


Tem uma cena que não sai de minha memória. Lá na localidade de Barra do Salitre, onde nasci, quando ocorria as primeiras chuvas, os bezerrinhos de meu avô na invernada iam á loucura. Pulando e berrando com o rabinho nas costas.

Baixava um "singin'in the rain" nos bichinhos que dava gosto ver a cena. Eu que nasci com a alma dançarina, ( só a alma, meu corpo perde para uma alavanca) a exemplo deles, também danço ao meu modo, quando chove. Vendo as gotas cairem do céu, sinto um ballet de Bolshoi atuando dentro do meu coração. Contentamento divino.

"Deus visita a terra e a refresca." Diz o salmista.

A chuva- sobretudo as primeiras- depois de um longo e tenebroso inverno - mexe com todos os nossos sentidos. Visão, audição, tato, mas também o olfato.

Falo de PETRICHOR.

Se você já sabe o significado, me desculpe. Se não sabe lá vai:

É o aroma da chuva na terra seca, ou o perfume da poeira após a chuva. A palavra é construída a partir do grego, petros, que significa 'pedra' + ichor, o fluido que flui nas veias dos deuses na mitologia grega. É definido como "o perfume distintivo que acompanha a primeira chuva após um longo e seco período de calor". O termo foi cunhado em 1964 por dois pesquisadores australianos, Bear e Thomas, para um artigo na revista Nature.

Gosto não se discute. Cheiro também, não. Há um tempo , ouvindo uma entrevista com As Galvão, ouvi a Marilene,( que lamentavelmente, foi tendo sua memória pelo inimigo de nome alemão e faleceu em 24/08/22) dizer que adorava cheiro de cocô de vaca. Pensei: “ como pode”. Por incrível que pareça, um colega meu dizia exatamente isto. E seguiu seu plano de vida, se tornou fazendeiro. Um dia fui visita-lo, encontrei- o no meio do gado no curral. Pensa num homem feliz. Cheiro ajuda a realizar sonhos.

Cheiro faz viajar no tempo. Uma pesquisa concluiu que o cheiro é um gatilho mais poderoso para a lembrança de memórias do que visão e audição. Para se ter uma ideia as pessoas guardam memórias de 35% dos odores que sentem, 5% do que vêem, 2% do que ouvem, e 1% do que tocam.

Quem nunca lembrou de uma pessoa, situação, ou lugar, ao sentir um perfume? O cheiro do café da mamãe, o cheiro do pão de queijo da vovó. O suor do papai depois do trabalho, cheiro de livro novo. Cheirinho de nenêm, cheiro de roupa limpa, cheiro de vinho tinto, cheiro de incenso, cheiro de dama da noite, cheiro de chiclete de tuti fruti no Cine Patrocínio. Sabia que até as cidades tbém em cheiros característicos?

Nossa Patrocínio tem um cheiro de...de não sei explicar... só dela.

A cidade se prepara para receber o cheiro da chuva: PETRICHOR. Até minha alma esquece que é desafinada e ensaia com a natureza:

"Singin'in the rain"

Contato: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Subcategorias