...E OBRIGADO POR AMAR PATROCÍNIO…( + duas crônicas Por Milton Magalhães)


Tocante saber o quanto ele amava Patrocínio.

Nascido próximo a Belo Horizonte, lotado como Comandante do 2° Batalhão de Bombeiros em Patrocínio.

Atuante. Em agosto do ano passado, lutou bravamente para combater o incêndio que devorava o Parque Hotel Serra Negra.

Depois de 10 anos em Patrocínio, foi transferido para Patos de Minas, mas a sua vontade explícita era permanecer servindo em Patrocínio, tanto que aqui, continuava residindo e trabalhando lá...

Um dia Deus nos explicará certas coisas...

Logo ele que salvou tantas e tantas vidas. Fez disso o seu ofício. Talvez indo para o trabalho, (de moto) De repente, um acidente...numa rua, que seria tranquila...numa manhã calma...Nem socorrido foi, pelo condutor de um carro conduzido por um maluco destes que sai do nada.

A cidade está enlutada.

Mas agora, Tenente Douglas, é de Jesus de fato e de direito e de certa forma nosso também para sempre...

Não será mais transferido, pois aqui será a sua "Última Morada"

OBRIGADO POR TANTO E POR TUDO.

SOBRETUDO,

OBRIGADO POR AMAR PATROCÍNIO...

( Com informações de Zé Antônio/Erasmo, Sistema Difusora de Rádio )

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A QUEM INTERESSA AS CINZAS DA MATINHA...


Na reunião da Câmara deste 30/08, aproveitando a fala da Vereadora Eliane Nunes, que trazia à memória a esquecida revitalização do Parque da Matinha, oportunamente o Vereador Leandro Caixeta, solicitou um aparte para informar sobre um incêndio ocorrendo da reserva da Matinha. Pergunto:

A QUEM INTERESSA AS CINZAS DA MATINHA...

A denúncia indignada, partiu de um morador próximo ao local, via áudio Whatsapp, narrando que o fato lamentável já ocorre por lá há dez dias.

O Vereador Presidente da Câmara Valtinho, atento ao ocorrido, informou que os Bombeiros já atenderam, reiteradamente quatro ocorrências no local:

A QUEM INTERESSA AS CINZAS DA MATINHA...

Ao que parece alguém quer mesmo ver nosso pequeno pulmão verde em cinzas, pois na última tentativa, o fogo foi colocado no interior do parque:

A QUEM INTERESSA AS CINZAS DA MATINHA...

Estive por lá imediatamente conferindo. Constatei in loco, um estrago considerável e irreversível. E alertei na rede social: “ Ainda há fumaça, portanto, ainda há rescaldo de fogo, podendo reacender o incêndio a qualquer momento:

A QUEM INTERESSA AS CINZAS DA MATINHA...

Muito infelizmente, não deu outra. Quando passei por lá era por volta de 9:30; quando foi, 13:25, o radialista Humberto Correia, estarrecido fazia um vídeo mostrando chamas acima de 4/5 m de altura:

A QUEM INTERESSA AS CINZAS DA MATINHA...

No momento, Bombeiros atendiam uma ocorrência na BR-356, coube ao pessoal da prefeitura, fazer uso de um caminhão pipa, para tentar debelar as chamas. Assim que puderam, a guarnição de Bombeiros lá estiveram combatendo o crime. ( Mas atenção! Nada de relaxar: Se tiver FUMAÇA, pode voltar a ter FOGO! Foi o que avisei.. E aviso!):

A QUEM INTERESSA AS CINZAS DA MATINHA...

Tem que se registrar que o parque está abandonado, projetos de revitalização não sai do papel; não tem vigilância o local; não se sabe do trabalho da defesa cível na área. E como lotearam a parte sul do parque, as casas dificultam o acesso de brigadistas com equipamentos...

É apenas um teimoso naquinho verde atrapalhando o progresso da cidade, né?..

A QUEM INTERESSA AS CINZAS DA MATINHA...

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UM APANHADINHO SOBRE O RÁDIO PATROCINENSE

Informação, “entertimento” (entretenimento) e cultura


> Erasmo Cláudio e Zé Antônio, apresentando o noticiário policial dentro do Show da Manhã, quando a ocorrência permite, Erasmo, com suas tiradas, arranca sonoras gaitadas do locutor/apresentador com a dicção mais perfeita da região, coisa que nenhum outro consegue fazer. Notícias policiais é isto, quando não é trágica, pode ser cômica. É eles rindo de lá, o ouvinte de cá. O riso é contagiante.

> Outra dupla no rádio também com boa química, é Alessandra Silva e Dalila Nelis, na 98 FM, apresentando o Programa Fuzuê. As gargalhadas da Dalila e as pitadas de humor da Alessandra quebram a monotonia da tarde. A propósito digno de nota: O cantor Vitão, do nada apareceu em Patrocínio. Dalila o recebeu nos estúdios da 98. Um show de entrevista. Duvid,ó dó que ele tenha encontrado por ai tanto espontaneidade e carisma. Depois de atuar um bom tempo como coringa na Difusora 95 FM, Alessandra voltou á suas origens. Seu retorno aos estúdio da 98, foi regado de emoções.Tem um texto de autoria da redatora e repórter da emissora, Cristiane Andrade, recepcionando a Alê, que merece ser lido. Alê e Dalila. Como dizem minhas amigas Rosana e Lucília, “toda loira em uma morena na sua vida.

> Felipe Rodrigues e Zoraia apresentam o “Show da Tarde” de segunda a sexta na Difusora 95. A boa química e bom humor dos apresentadores quebra um pouco a pasmaceira das tardes.

> Já ouviu a Rádio CMMPTC (Rádio do Conservatório Municipal de Música de Patrocínio) Uma playlist bastante eclética. Pra quem enjoou do feijão com arroz musical que rola na rádias convencionais. Além de MPB escolhida a dedo, de repente, um blue, um jazz, um rock, no meio da tarde. Até a Primeira-Dama Labibe Marra, Madrinha do Conservatório Municipal, passa por lá, se interagindo com a equipe de produtores culturais da rádio, num papo cult, leve, dinâmico e informativo. Fica a dica.

> Agora se você gosta de música sertaneja raiz - raiz mesmo; moda de viola-viola mesmo, ai tem de sintonizar a “Rádio Viola Caipira”. Rádio Web, 24 h do sertão na cidade. Ali, sua majestade a viola, reina soberana. O slogan diz tudo "Aqui a moda é bruta". Quem fundou e comanda a rádio é o locutor, produtor e programador, Cláudio josé Arvelos. Pensa num caboclo genial e joia.

Cláudio José, já passou pela Rádio Cultura FM- Morada Nova e Rádio Módulo FM, foi Assessor de Produção Gráfica e Cerimonial da Câmara, hoje é o responsável pela Ouvidoria na Casa do Povo. O Claudinho próprio comanda diariamente “Amanheceu Peguei a Viola” de 07:00 ás 08:00. Baixe o aplicativo.

> "Jornal da Modulo - FM" conduzido por Leid Carvalho e Jânio Luiz, coloca foco e luz sobre os acontecimentos de Patrocínio e região. Aliás, não desfazendo de ninguém, mas as entrevistas conduzidas por Leid Carvalho, com a maturidade de quem já entrevistou Fernando Henrique e Lula, conduz com brilhantismo qualquer entrevista. Por estas e outras, vale a pena acompanhar o jornalismo da Módulo.

> De 16:00 ás 18:00, Arnoudo Rocha Machado, apresenta Cultura Sertaneja, na Rádio Cultura FM -Morada Nova, programação interativa, quem comanda é o ouvinte. Aos domingos tem o Valmir Caixeta, comandando o "Show da Cidade" Infelizmente, não temos mais conosco, Humberto Cortes, Jota Santos e Cândido Delfino, mas temos o Caixetinha, lá na Cultura 104,9.

> “Roda Viva” é um programaço comandado pelo jornalista, escritor, Luiz Antônio Costa na Rádio Hoje. O melhor do flashback dos 60, 70, 80, 90 e 2000. Um dos profissionais mais completos da história da mídia regional. Lançou e inspirou muita gente na profissão de comunicador. Domingo de 08:00 ao 12:00 . É ligar e curtir.

> Humberto Correia comanda o Programa "Trem Caipira" de segunda a sexta-feira de 18:00 horas até às 21:00, Rádio Capital 107,3, com o melhor do modão raiz. Humberto é bastante eclético em seu gosto musical, mas, cursou a universidade de Zé Bettio, Edgard de Souza, Oswaldo Bettio e Zé Russo. Humberto é comunicativo e inovador, vai longe..

                                                                                                                                  Foto: reprodução vídeio Costa Berranteiro



Quando criança uma das coisas que mais me fascinavam era a capa Ideal. Os boiadeiros as usavam em dias de chuva a nas tardes frias de junho até agosto. Minha casa ficava na esquina onde hoje é uma das ruas mais movimentadas do bairro São Judas, antigo Alto da Estação, em Patrocínio, MG: a Rua Manoel Damas com Presidente Vargas. Ali, diariamente passava boiada que – segundo os adultos da época, era levada para Barretos, o maior movimento das comitivas era em direção à cidade paulista (o site “As Comitivas” diz que “a partir do ano de 1.913, quando se instalou ali o primeiro frigorífico do Brasil. A Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos foi criada no ano de 1.956, inspirada nas comitivas e na figura do peão de boiadeiro”). Todo fim de tarde nos fundos da nossa casa, passava aquele mar de gado.

Aquela estrada boiadeira criava personagens na minha cabeça de criança. O mês de agosto, muito frio, lá pelas cinco da tarde quando o gado passava, levantava uma poeira que no final ficava suspensa no ar por um bom tempo. No meio daquele poeirão, só via a silhueta dos peões e seus gritos para manter o gado na linha. Além dos gritos, o estalo do chicote — era como um tiro de fuzil, que eu também ouvia, quando os atiradores do TG 020 iam praticar tiros no estande que ficava a uns 500 metros da minha casa. Não sei por que, mas tenho a impressão que o gado passava sempre na mesma hora pela minha casa, com regularidade britânica.

Acho que ainda gosto dos filmes de faroeste um pouco por causa da aura daquela movimentação diária, que era igual à do filme “Rio Vermelho” com John Wayne e Montgomery Cliff  que assisti umas dez vezes e não me canso, é como reviver minha infância. No filme, Thomas Dunson (John Wayne) é dono de um império, um verdadeiro rei do gado. Junto com seu filho adotivo Matthew Garth (Montgomery Clift) ele inicia uma longa viagem com parte de seu rebanho, indo do Texas ao Missouri. “Durante o percurso acontece um desentendimento entre pai e filho que faz com que Matt leve o gado para outra direção, despertando a ira de Tom”, conta o portal Adoro Cinema.

A boiada que passava à porta de casa tinha a mesma formação: à frente vinha a comitiva, era composta por burros de reserva  que depois eu soube que era para descansar, enquanto outros estavam sendo usados para montaria na viagem —; a carroça (ou burros de carga) com os mantimentos e duas pessoas  cozinheiro e ajudante  que preparavam a alimentação da turma. Depois de uns 20 minutos surgia um peão com o berrante, logo atrás a boiada com 200, 300, 500 ou mil cabeças de gado, uns peões  não sei quantos  de lado e atrás vinham mais dois fechando o cortejo. Tinha que ter cuidado com o estouro da boiada. Nossos pais sempre diziam para a gente não assustar os bois, pois um estouro poderia ser uma tragédia.

As moças do Alto da Estação ficavam tão loucas com os peões quanto as de hoje ficam com os jovens cantores sertanejos. Os jovens, como eu, queriam tornar-se um deles. Recorro mais uma vez ao site “As Comitivas” para explicar seus trajes: chapéu de aba larga, lenço no pescoço, guaiaca, bombachas, botas de cano alto e chilenas tinindo a cada passo. Suas mulas eram arreadas com esmero, a tralha cheia de argolas de metal reluzente (alpaca). Na garupa, além da capa “Ideal” no porta capa de vaqueta, cheio de franjas e “margaridas”, pendia da anca direita o “cipó” (laço) de couro de veado-mateiro

Esse gado levava muito tempo para cruzar o trecho próximo à minha casa que ia da antiga caixa d'agua (à direta, onde hoje está o Rotary Brumado) até sumir, depois do campo de Ferroviário (onde atualmente é a Brumado Auto Peças). Eu, em cima da última tábua do curral que ficava atrás da minha casa, observando aquela maravilha. Ainda pré-adolescente, ficava com inveja daqueles peões montados em suas mulas, vestidos com a capa Ideal que cobria dos ombros do peão, passavam pela anca traseira do animal e descia até o meio das pernas das mulas. Aquilo formava ao mesmo tempo uma figura enigmática – como nos filmes de faroeste - e poética, aos olhos do menino.

Mesmo agora, toda vez que alguém diz algo sobre peões, ainda que sejam de rodeio, me vem à memória aquela imagem de uma pessoa de chapéu, todos os paramentos, montada em uma mula e com sua capa Ideal. É uma lembrança fantástica mesmo para quem era um garoto urbano dos anos 1960.


Esta cronica integra o livro "O Som da Memória - O retorno" , que será lançado em setembro de 2022



Como em todas as noites de sábado, aquela churrascaria faz a alegria dos jovens nascidos nos anos das décadas de 1950 e 1960. A Alvorada é o clube da moda. Rapazes e moças colocam suas melhores roupas, sapatos e perfumes e, depois do vaivém da Praça Santa Luzia, buscam aquele trecho da Rua Presidente Vargas, entre Marechal Floriano e Cel. João Cândido, aonde fazem também um vaivém e onde fica o salão de baile da cidade.

As meninas começam a “enfeitiçar” os meninos com saias curtíssimas, chamadas de minissaia. Moda que acaba de chegar das capitais e nos deixam loucos. Usam também uma calça justa – a que chamam Slack —, pressionada no tornozelo, de um tecido parecido lycra.

Nós, os rapazes, usamos calças e camisas feitas por costureiras da cidade. Aliás, muito bem-feitas. Eu, por exemplo, gosto de calça e jaqueta pretas (tanto que quando um conjunto fica zurrado, mando fazer outro igualzinho). Ou então, calças jeans, camisas ban-lon — malha que estava na moda nos anos 60 e 70, era um processo de texturização que ondulava o fio e dava elasticidade ao tecido sintético, mais caras, portanto mais raras – e, no inverno, blusas caxarrel, que compramos na Casa Moderna, no Facury ou no Jamal.
Os jovens mais abastados – filhos do Dr. Figueiredo, do Dr. Brandão e outros - buscam em Belo Horizonte ou São Paulo. 

A Churrascaria Alvorada é democrática. Vamos todos prá lá, curtir o som dos nossos “conjuntos musicais”: Metralhas, Brasilian Hippies, H6, Super Som 201, e outras bandas que surgem ou vêm de fora. Mudam os nomes, mas os músicos, admirados por todos, são quase sempre os mesmos: primeiro, Cabide, Marconi Mathias, Wanderley Guarda, Zé Eustáquio, Edson Bragança, Luiz Cabeleira, Rizzo, Zé Piquira, Anísio, Átila; depois Lazinho Lacerda, Zé Onofre, Sonin, Pindoba, Hélio Tinoco e os técnicos Marcelo Mathias, Júlio e Serginho Picum.       .

Tudo é festa para essa geração. A cidade é pacata. Diferente de hoje, poucos problemas. Os pais são mais rígidos. A violência urbana se restringe a uma ou outra briga de jovens, nada mais. Raramente acontece um assassinato. E quando ocorre, vira assunto o ano inteiro. Todavia, num sábado, a cidade fica chocada. Não por um crime violento, mas um acidente.

A cidade estava preparada para o show do cantor Márcio Greick. O movimento na porta de churrascaria era muito grande. De repente, o barulho de uma frenagem abafa o som do conjunto que toca animado, dentro do clube. Gritos, choro e desespero dos jovens. O som para, todo mundo sai da churrascaria tentando entender o que acabara de acontecer. Uma adolescente alegre, bonita, comunicativa, cheia de vida e amigos, como todas de sua geração, jaz no asfalto da Rua Presidente Vargas. Ela também chegava à Churrascaria Alvorada, para o show do cantor de “Impossível acreditar que perdi você”, e foi atropelada bem em frente ao templo da alegria de centenas de jovens.

Alguém grita:

— Meu Deus, é a Glorinha!

Não precisava sobrenome. Todos se conheciam. Se não intimamente, de ver nos mesmos ambientes: cinema, praça, e, dentro do principal ponto de lazer da cidade: a Churrascaria Alvorada.

A família mora perto. O pai da jovem, conhecido por gostar de andar num cavalo bonito e grande pela cidade, gente de bem, é avisado. Não acredita e vai conferir o que está irremediavelmente perdido.

Quando a família constata a tragédia, o desespero toma conta. E isso é contagioso. Todos ali não conseguem se conter. O show é cancelado. No dia seguinte, o enterro. Quase toda a cidade chora a morte de Glorinha, e estava lá, no cemitério. Os jovens frequentadores da Churrascaria Alvorada – incluindo os músicos e funcionários – seguramente compareceram.

Não sei se foi isso, mas, aquele clube nunca mais teve o mesmo brilho depois dessa tragédia. Ainda hoje, quem viveu aquele momento e, principalmente, os amigos e amigas dela na época, sabem que a Churrascaria Alvorada foi uma antes e outra depois da morte da garota Glorinha. 


Cronica do livro "O Som da Memória - O retorno" , que será lançado em setembro de 2022

Reverência. É a obrigação que se tem para prestá-la a alguém que é sublime para um lugar ou para uma comunidade. Alguém que representa/representou a felicidade para a gente de um lugar. O holandês Padre Eustáquio foi um desses divinos seres. Como Patrocínio é uma das quatro cidades que ele mais se dedicou, torna-se dever, religioso ou não, consagrá-lo. Afinal, mesmo sob o olhar laico, Eustachius Van Lieshout foi a pessoa mais pura, de maior benevolência, que viveu, que pisou a terra de Patrocínio. Que conviveu com os patrocinenses, que residiu na cidade. Tanto é que ele já foi beatificado pela Igreja Católica (2006). Nesse mês de agosto, celebra-se aniversário de seu falecimento. Agora, são 79 anos. Mais um pouco do quase santo Padre Eustáquio é bom relembrar. Sobretudo, no que se refere a Patrocínio e região. 

O COMEÇO DE TUDO – Depois de 20 dias de viagem, o navio Flaudria (alguns, autores escrevem navio Orânia) chega ao Rio de Janeiro, com os padres holandeses Norberto, Gil, Matias e Eustáquio. Maio de 1925. Todos sabiam um pouco de espanhol e nada de português. Já em julho/1925, os quatro, em Água Suja (Romaria), criam a primeira casa da Congregação dos Sagrados Corações, no Brasil.

PRIMEIRO CONTATO OFICIAL COM PATROCÍNIO – Padre Eustáquio morando em Água Suja estava se movimentando para construir o Santuário. Enquanto que na cidade de Patrocínio o Bispo diocesano de Uberaba, Dom Antônio de Almeida Lustosa, decidia pela criação de duas escolas católicas. A primeira para meninos. Em 11/9/1926, na residência do Cel. Honorato Borges (felizmente, o belo casarão lá está), o Cel. Marciano Pires vendeu, por 70 contos de réis, ou 70 mil réis, o prédio (hoje, Rua Afonso Pena) à comissão formada de seis coronéis. Essa comissão foi designada pelo Bispo para viabilizar o prédio de funcionamento da escola. Em seguida, a mesma o doou à Congregação. E Padre Eustáquio assinou a inerente escritura da futura escola. Cinco meses depois, fevereiro de 1927, o Ginásio Dom Lustosa iniciou as suas atividades, sob a direção dos padres holandeses Mathias van Rooy e Feliberto Braun.

MAIS VISITAS DE PE. EUSTÁQUIO A PATROCÍNIO – Por ser da mesma congregação de Patrocínio (Sagrados Corações), por ter diversos conterrâneos (holandeses) no Ginásio Dom Lustosa e na Paróquia N. S. do Patrocínio, e, pela sua paróquia de N. S. da Abadia (Água Suja) pertencer à mesma diocese (Uberaba), que Patrocínio pertencia, o santo homem veio ao Município algumas vezes, durante a sua permanência em Água Suja (Romaria), de 1925 a 1935. Como a viagem era feita a cavalo, ou às vezes, em um automóvel importado, há três vindas registradas, pelo menos, nesse período. A história oral conta que em 1927, primeiro ano do ginásio, ele visitou a cidade. Segundo Lucélia Borges, em seu livro, há indicadores que Pe. Eustáquio esteve, em 11/6/1932, na festividade da escola no Cine Teatro Odeon (Largo do Rosário). No ano subsequente, em 18/6/1933, o sacerdote veio a Patrocínio orar e evangelizar em um retiro religioso para senhoras. No mesmo ano, em 5/11/1933, retornou à cidade com missão idêntica. Em 1939, veio visitar à sua Patrocínio, outra vez.

MOROU NO GINÁSIO DOM LUSTOSA – Depois de ser o pároco em Poá (SP), de 1935 a 1941, onde promoveu verdadeiros milagres aos fiéis, segundo a imprensa nacional, Pe. Eustáquio foi afastado de Poá, por pressão política e de médicos paulistas. Nesse cenário, a Igreja tentou colocá-lo no anonimato, mudando a sua residência de cidade em cidade (diversas), inclusive Patrocínio (maio/1941). E a multidão sempre o descobria, visando ter a sua benção. Após “se esconder” em outras diversas cidades, finalmente o bendito sacerdote chega a Patrocínio para residir, em 13 de outubro de 1941.

E OS MILAGRES CONTINUARAM ACONTECENDO... – A Paróquia o destacou como capelão da Igreja Santa Luzia (uma velha e pequena igreja). Porém, os fiéis da região sempre se postavam à porta da igreja para receber a benção. Era comum ter quase 800 pessoas, em pé, sobre o chão (de terra mesmo!) da praça (Largo). De 13/10/1941 a 13/02/1942, vários eventuais milagres ocorreram. Tais como: paralítico andou, mudo falou, surdo escutou, criança se curou. Tudo narrado por testemunhas oculares, de Patrocínio.

O FINAL – Após dois meses em Ibiá, Pe. Eustáquio chegou a BH em 4/4/1942. Durante um ano e quatro meses, encantou a capital com a sua fé, incluindo o prefeito Juscelino Kubstchek, que também recebeu consequências de sua bondosa ação. No ano seguinte, 30/8/1943, faleceu decorrente de tifo (doença infectocontagiosa).

O RECONHECIMENTO – Belo Horizonte sabe quem foi Pe. Eustáquio. Sabe o seu valor espiritual e pastoral. Poá (SP) também. Romaria, que abriga o seu memorial (pequeno museu) e a sua horta medicinal, idem. Patrocínio nem tanto. Esse holandês quase santo carregou Patrocínio em seu coração. Ofereceu muito, recebeu pouco. O livro “Bem-Aventurado Eustáquio”, de Lucélia Borges, é um belo exemplo de reconhecimento. Mas, é ação sigular. A cidade precisa saber mais quem foi. E reverenciá-lo. Questão de mérito. E fé.

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Pra quem não sabe, o saudoso cantor Zé Rico falecido em 2015 em Americana- SP, compôs a música "Estrada da vida" no percurso indo de Uberlândia a Uberaba, BR- 050. " Zum, pega uma caneta e um papel e anota: Nesta longa estrada da vida..." Disse o cantor, a um amigo/fã que o acompanhava.

Passei por lá, vendo o céu azul beijar o chão na longitude da estrada, não tive como não pensar nas lições da canção para nossas vidas.

Quem vê a finalidade da existência apenas como corrida, disputa, competição, conquistas, sucesso, sem humildade...

A canção é um murro no pé da orelha: Ela é passageira. Pode parecer ser longa, mas é um pulo de Uberlândia a Uberaba; de Uberaba a Uberlândia."O final da corrida chegou"

Esta emblemática canção é um património nacional.

Gostaria muito de sugerir que as autoridades de Uberlândia e Uberaba, buscassem uma parceria com a empresa EcoRodovias, concessionária da rodovia BR-050, com autorização da família do Zé Rico, e homenageassem o artista com frases de sua canção ao longo da, musa inspiradora, BR- 050, a "Estrada da Vida".

Concorda?

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( Foto: Melva Magalhães)





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