Uma série de erros cometidos pela polícia e pela imprensa levou uma escola infantil a se tornar exemplo de como é possível acabar com vidas a partir de situações não apuradas e suposições.



Cenas do vídeo publicado há 9 anos pela Rede Hoje Foto:reprodução| Rede Hoje

Da redação da Rede Hoje

O caso da Escola Base mostrando um dos maiores equívocos de reportagens até hoje, agora de volta, mas você pode ver um vídeo de 2013, publicado na Rede Hoje, que conta toda a história. Estreou no Globoplay o documentário “Escola Base – Um repórter enfrenta o passado”, sobre a história que mudou a forma como o jornalismo retrata os casos policiais. Vinte e sete anos depois, Valmir Salaro, o repórter que deu pela primeira vez a notícia, enfrenta esse passado. 

Uma série de erros cometidos pela polícia e pela imprensa levou uma escola infantil, no bairro da Aclimação, em São Paulo, a se tornar exemplo de como é possível acabar com vidas a partir de situações não apuradas e suposições.

Veja uma reportagem que explora exatamente este viés publicada no canal da Rede Hoje há nove anos sobre o tema. A matéria foi um trabalho de Graduação Interdisciplinar dos alunos do 8o semestre do Curso de Jornalismo da Faculdade de Comunicação e Artes da Universidade Mackenzie.

Escola Base foi uma escola particular localizada no bairro da Aclimação, no município de São Paulo, no Brasil. Em março de 1994, seus proprietários (o casal Icushiro Shimada e Maria Aparecida Shimada), a professora Paula Milhim Alvarenga e o seu marido e motorista Maurício Monteiro de Alvarenga foram injustamente acusados pela imprensa de abuso sexual contra alguns alunos de quatro anos da escola. Em consequência da revolta da opinião pública, a escola foi obrigada a encerrar suas atividades logo em seguida.

O chamado Caso Escola Base envolve o conjunto de acontecimentos ligados a essa acusação, tais como a cobertura parcial por parte da imprensa e a conduta precipitada e muito questionada por parte do delegado de polícia Edélcio Lemos, responsável pelo caso, que, supostamente, teria agido pressionado pela mídia televisionada e pelas manchetes de jornais. O caso foi arquivado pelo promotor Sérgio Peixoto Camargo por falta de provas.

Consequências
Até hoje, o caso é tema de estudos de faculdades e seminários de jornalismo, direito, psicologia, psiquiatria e ciências sociais como exemplo de calúnia, difamação, injúria e danos morais.

Vítimas
As pessoas acusadas no caso passaram a sofrer de doenças como estresse, fobia e cardiopatia, além de se isolarem da comunidade e perderem seus empregos. Em 1995, Icusiro, Maria, Paula e Maurício moveram uma ação por danos morais contra a Fazenda Pública do Estado. Eles ganharam as duas primeiras instâncias. O processo está em Brasília, aguardando a sentença final.

Imprensa
Os órgãos de imprensa processados por danos morais são os seguintes:
Folha de S.Paulo
Estado de São Paulo
Globo
SBT
Record
Rádio e TV Bandeirantes
ISTOÉ
Veja
Notícias Populares
Folha da Tarde
Em 2014, o STJ reduziu a condenação do SBT.


Fontes: Wikipedia | G1