Os cafeicultores, ainda marcados pelas cicatrizes deixadas pela geada de julho de 2021, estão vivendo um momento de grande preocupação

Na sexta-feira, 9/8, por volta de 17h30 ainda fazia calor, mas o céu já mostrava uma mudança característica do inverno. Fotos: Rede Hoje

Da redação da Rede Hoje

Patrocínio,MG, enfrentará uma mudança significativa no clima a partir deste fim de semana. Neste sábado, a virada de tempo já é perceptível, com uma queda considerável na temperatura. A mínima prevista é de 11°C, enquanto a máxima não ultrapassará os 21°C.

O sol ainda predominará entre algumas nuvens, sem previsão de chuva, mas a umidade do ar aumentará, variando entre 45% e 87%. Com ventos soprando do sudoeste a 10 km/h, a sensação de frio será mais intensa, especialmente nas primeiras horas do dia e durante a noite.

O domingo será marcado por um novo declínio na temperatura, com mínima de 4°C e máxima de 26°C, configurando o dia mais frio deste período. O sol continuará presente, mas a sensação térmica será de frio intenso durante a madrugada e manhã. O vento, agora vindo de oeste-noroeste, será leve, a 7 km/h, e a umidade relativa do ar, que ficará entre 32% e 63%, contribuirá para a sensação de frio seco, sem chances de chuva. A partir de segunda-feira, as temperaturas começam a subir gradualmente, mas o clima ameno e seco deverá persistir.

Muito frio

O Cerrado Mineiro e outras áreas cafeeiras de Minas Gerais estão sob risco de geada devido à chegada de uma massa de ar frio tardio. Francisco Assis, do Inmet, alerta que a partir deste final de semana, especialmente no dia 11 de agosto (domingo), o estado pode enfrentar baixas temperaturas com risco de falhas pontuais. As mínimas previstas são: Patrocínio (4°C), Franca (6°C), Carmo da Cachoeira (5°C), Varginha (5°C), São Sebastião do Paraíso (3°C), Passos (4°C), Passa Quatro (2°C), Bambuí (2°C), Alfenas (7°C), Guaxupé (6°C) e Machado (6°C).

A onda de frio mais intensa de 2024 promete um grande impacto nas temperaturas em todo o Brasil, especialmente nas regiões Centro-Sul. Este evento pode trazer ocorrências amplas de neve e chuva congelada nas áreas de maior altitude da região Sul, com algumas cidades enfrentando temperaturas negativas por mais de um dia.

Os modelos climáticos analisados pelo agrometeorologista Marco Antonio dos Santos indicam que a massa de ar polar ganhará força no fim de semana, trazendo frio intenso para as áreas mais frias da região Sul, como as serras. A intensidade do frio aumentará no início da semana seguinte, com temperaturas ainda mais baixas previstas para segunda-feira (12/8) e terça-feira (13/8), sendo terça-feira o dia de alerta máximo.

Osmar Pereira Nunes Junior, de Patrocínio, compartilha a preocupação dos cafeicultores. Foto: Rede Hoje 

Geada: a preocupação dos cafeicultores

Os cafeicultores, ainda marcados pelas cicatrizes deixadas pela geada de julho de 2021, estão vivendo um momento de grande preocupação. A geada que ocorreu no dia 20 daquele mês causou danos severos às lavouras, e as lembranças da devastação ainda estão frescas na memória dos produtores. Falando à REDE HOJE, Osmar Pereira Nunes Junior, de Patrocínio, compartilha que, embora não tenha perdido tanto quanto outros, os relatos de colegas que perderam suas lavouras inteiras são profundamente perturbadores.

Foram muitos prejuizos

De acordo com Osmar Pereira Nunes Junior, ao visitar propriedades afetadas, o cenário era desolador. Ele recorda a tristeza e a angústia ao ver os campos completamente queimados e devastados. A visão dos cafezais negros e a dificuldade em lidar com o tamanho da destruição fizeram com que ele se emocionasse, refletindo a dor coletiva de um setor profundamente atingido pela calamidade.

Em consequência dos prejuízos, muitos cafeicultores tiveram que tomar decisões difíceis, incluindo o arranque das lavouras danificadas. Osmar relata que, após o evento, a colheita de 2022 foi apenas metade do esperado, evidenciando o impacto prolongado da geada. A recuperação completa das lavouras ainda é um desafio, e o setor continua a buscar soluções para mitigar os efeitos de eventos climáticos extremos.