Jogo neste sábado pela 6ª rodada da Série D com risco de goleada; perder é aceitável para as condições atuais, mas uma derrota vexatória manchará os 70 anos de história do CAP

Fotos: Rede Hoje

O início do treinamento de ontem, Renan Mateus (primeiro plano) que chegou esta semana, em treino com bola

Da redação da Rede Hoje

O Patrocinense viajou nesta quinta-feira (30/5) para Limeira, no interior de São Paulo, onde enfrentará a líder Inter de Limeira, neste sábado, pela 6ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série D, correndo o risco de sofrer uma goleada. Perder um jogo como esse, onde o lanterna enfrenta o líder, é aceitável para as condições atuais, mas uma derrota vexatória manchará, ainda mais os 70 anos de história do CAP, que este ano já foi maculada com o WO e rebaixamento no Campeonato Mineiro.

Desde o Campeonato Mineiro, têm ocorrido situações inacreditáveis com uma instituição de 70 anos, começando pelo rebaixamento, em jogo perdido por WO devido à falta de pagamento das taxas do jogo contra o Ipatinga, para a Federação Mineira de Futebol (FMF).

A parceira parecia solução

Na época, o presidente Ronaldo Correia de Lima ficou sem dinheiro e ainda gastou R$ 480 mil do próprio bolso. A solução encontrada foi buscar uma parceria para aliviar a situação no Campeonato Brasileiro. Isso poderia reduzir a pressão financeira, uma vez que, ao contrário da FMF, que cobra até o último centavo dos clubes, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) oferece diversas formas de ajuda, tornando os custos significativamente menores e proporcionando retorno financeiro para os clubes.

No entanto, tudo o que foi prometido pela parceria – pelo menos para a imprensa – não foi cumprido: montagem de um bom time, pagamento de salários em dia, revelação de atletas, direção compartilhada, entre outras promessas. Como consequência, a parceria também perdeu credibilidade com a comunidade, os empresários locais e, pior, com os torcedores.

A situação chegou a um ponto insustentável, levando o presidente Ronaldo Correia de Lima a renunciar. Roberto Avatar (Tatá) assumiu junto com alguns ex-dirigentes, formando um conselho gestor que tenta romper o contrato de parceria. Até agora, não houve sucesso.

Cada semana um novo problema

E os problemas só aumentam. Nesta semana, quando o time, na lanterna, enfrenta a Inter de Limeira, líder do grupo A7, esses problemas chegaram ao ápice. A parceria decidiu trocar vários jogadores do elenco (incluindo titulares como Vinícius Sangiorgi, Jean Carlos, Elber Ribeiro e José Felipe), que foram dispensados, além de outros afastados da equipe, como o goleiro titular Gianluca, sob a alegação de lesão não confirmada pelo atleta; e outros que pediram para sair, como Jean Bala, artilheiro do clube na competição.

Novos jogadores

A parceria trouxe um grupo de atletas que – a não ser que estejamos enganados – não têm condições de jogar a Série D, por estarem inativos há algum tempo, com qualidade técnica desconhecida e sem entrosamento com os jogadores atuais. Esses atletas recém-chegados vão para o jogo:

- Nanin Cearense, defensor, 29 anos, reserva no Tum Tum do Maranhão, jogou pela última vez em 16 de março.

- Renan Matheus, goleiro, reserva na Portuguesa de Campo Grande-MS. Última atuação em 12 de novembro de 2023.

- Renan Leandro, defensor, 26 anos, Sport Capixaba – ES, veio do Independente de Limeira, que foi rebaixado para a 5ª Divisão de São Paulo.

O diretor da parceira explica

Executivo de futebol Anderson Ibrahim Rocha

O executivo de futebol Anderson Ibrahim Rocha explicou à Rede Hoje que dispensou os atletas por motivos pessoais ou baixo rendimento técnico. “Como numa empresa, quando o funcionário não atinge os resultados esperados, não está produzindo ou não está tendo um comportamento adequado, logicamente vai trocar o funcionário. É natural. Então a empresa (parceira) paga, regulariza e libera esse atleta”, disse o diretor.

A opinião do técnico

A Rede Hoje quis saber do técnico Estevam Soares se a dispensa de jogadores e a chegada de novos atletas poderia representar uma perda técnica para a equipe. Estevam afirmou que isso é normal em qualquer clube. “É normal quando as coisas não caminham bem. Nós, em acordo com a empresa, fizemos reuniões com o diretor e falamos que o jogador 'A' ou o jogador 'B' talvez não esteja no nível que esperávamos”, disse ele, acrescentando que espera a chegada de bons reforços para reformular o elenco.

Estevam Soares, técnico do Patrocinense

Estevam Soares espera que o time cresça com esses novos jogadores e faça uma boa partida em Limeira: “Uma boa partida não é só jogar bem, como temos jogado. No jogo passado mesmo, se tivéssemos virado 2 ou 3 a 0 no primeiro tempo, seria justo; mas não conseguimos matar o jogo e depois tomamos a virada, tendo que nos sacrificar para empatar. Temos que equilibrar isso, um bom jogo com uma boa performance durante os 90 minutos, especialmente com a chegada de novos jogadores para dar sangue novo a este time”, ponderou.

O técnico mencionou que alguns jogadores já estão no BID (Boletim Informativo Diário da CBF) e outros estarão até esta sexta-feira (31/5). “O Anderson e o Conceição, responsáveis pela empresa, estão fazendo o máximo para regularizar e dar condição de jogo a esses atletas, para termos um time mais forte do que nos primeiros jogos aqui em Patrocínio, e conseguirmos a primeira vitória em Limeira”, concluiu Estevam Soares.

Reportagem da TV Hoje