Uma visão patrocinense no meio das comemorações do fim da ditatura de Salazar em Portugal



Veja estas e outras fotos da Avenida Liberdade, de Lisboa nas comemorações de 25 de abril.
Fotos: Fabiano Salim

Fabiano Salim | De Lisboa para a Rede Hoje

Fabiano no meio da festa

O
engenheiro agrônomo e escritor patrocinense, Fabiano Salim, estava dando um giro pela Europa. E coincidiu — ou ele fez coincidir —, de estar em Portugal exatamente no dia 25 de abril e acompanhar ao vivo, às festividades dos 50 anos da Revolução dos Cravos. E a nosso pedido, Fabiano Salim conta como foi essa experiência mágica.

Aconteceram no último 25 de abril, em Portugal, as festividades da Revolução dos Cravos, avolumada, com relação às anteriores, por se tratar de meio século dos atos que, em 1974, colocaram fim à ditadura, mudou o país. Contra o conselho dos militares, que pretendiam uma mudança cautelosa de regime, o povo tomou as ruas e a revolução fez ruir o castelo salazarista, autocrata, autoritário, corporativista, que tratava com punhos de ferro as colônias africanas e, para tal, teimava em prolongadas guerras, incontáveis mortes.

Mudanças, conquistas políticas, sociais e econômicas surgiam a partir de então, afinando, a cada ano das comemorações, as milhares de vozes cantando que o fascismo nunca mais; um grito de liberdade soou pelas avenidas de Lisboa, com a participação de pessoas de diversos países, diferentes idades, mostrando que, além das comemorações simbólicas, tratava-se firmemente de marcar posições, que ainda há um longo caminho a percorrer para um mundo mais justo, mais inclusivo, mais desenvolvido, mais sustentável.

Com a multidão tomando as ruas, as atividades apontavam novas reivindicações, não só para as questões internas, mas também voltadas para os últimos acontecimentos mundo afora, com forte expressão para os atos favoráveis ao povo palestino.

Podemos resumir que a autodeterminação saiu às ruas da nação, com marcha ordeira iniciada na via de mesmo nome: Avenida Liberdade.

Um acontecimento que ficará gravado para sempre em nossa mente. Tivemos a felicidade de participar de todo o festejo. Realmente uma manifestação de “facto”.

Foi bonita a festa, pa

Fiquei contente

Ainda guardo renitente

Um velho cravo para mim

(excerto da música Tanto Mar, de Chico Buarque)