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Produção que mostra evolução urbana, marcos históricos e o simbolismo da praça mais tradicional da cidade, será exibida a partir desta terça-feira, dia 5 de agosto e marca estreia oficial do canal Luiz Antônio Costa


As várias mudanças de paisagismo são registradas no documentário
. Fotos: arquivo

Da Redação da Rede Hoje

A história de Patrocínio está profundamente ligada à Praça Honorato Borges, e esse elo ganha nova dimensão com o documentário produzido pela Rede Hoje, que entra no ar nesta terça-feira, 5 de agosto, quando nasce o programa "Rede Hoje Cidade: Documento" . A produção estará disponível em diversas plataformas — YouTube, Instagram, WhatsApp e TikTok — e marca um momento importante: além de ser veiculada no canal Rede Hoje, passa a ser exibida também no novo canal Luiz Antônio Costa, com foco em arte, cultura e memória, agora oficialmente lançado.

O objetivo é resgatar os pontos principais de Patrocínio contando suas histórias. Enquanto a Rede Hoje continua sua missão de cobrir o jornalismo geral — política, esportes, rural, polícia, economia e comportamento — o canal Luiz Antônio Costa nasce com um propósito especial: resgatar a memória, a cultura e os fatos históricos de Patrocínio e da região. A estreia do canal com esse documentário simboliza seu compromisso com o registro e valorização da identidade local. Esses produtos serão exibidos em ambos os canais.

Baseado em filmes antigos, fotografias raras e em pesquisas do Museu Hugo Machado da Silveira, o documentário reconstrói a trajetória da Praça Honorato Borges desde suas origens até os dias atuais. Entre os destaques estão as transformações urbanísticas pelas quais o espaço passou, como a retirada do obelisco construído na década de 1940, além de registros de manifestações sociais, culturais e esportivas que marcaram gerações. 

Desde o ano de 1931, quando foi inaugurado na antiga Praça Rio Branco, o Grupo Escolar Honorato Borges — atual escola municipal — mantém as mesmas características arquitetônicas de um prédio moderno (embora de instalações simples para a época). Em frente à lateral da escola, na esquina, outro belo edifício datado de 1928 — construído para abrigar o antigo Fórum da cidade e que hoje sedia a Superintendência Regional de Ensino — ainda ostenta uma bela fachada neoclássica.

Essas duas construções são símbolos do progresso do município, impulsionado na época pela ferrovia, já sob a administração da Rede Mineira de Viação — que fazia a ligação de Patrocínio a Belo Horizonte —, pela instalação da segunda usina hidrelétrica no Ribeirão José Pedro (1930), com potência de 150 HP (a primeira, de 1918, tinha 50 HP), e pela fundação do Instituto Bíblico Eduardo Lane, pelos presbiterianos, em 1933. Embora a economia fosse agrária e o poder político local dominado pela oligarquia rural, o cenário urbano começava a se transformar, com novas edificações substituindo construções coloniais, como o antigo sobrado da prefeitura.

A produção também valoriza outros prédios históricos que contornam a praça, como o antigo Banco Mineiro da Produção — hoje residência particular —, cuja arquitetura eclética ainda chama atenção, apesar de reformas no térreo que comprometeram parte de sua originalidade. Ainda há destaque para o prédio que abrigou por décadas o Cine Rosário e a Rádio Difusora, que conserva traços do estilo eclético. Três residências vizinhas se destacam pela preservação dos estilos arquitetônicos das décadas de 1950 e 1960 — duas modernistas e uma eclética.

O documentário, alem de uma homenagem visual, reforça o valor afetivo da praça para os moradores. Ao retratar o espaço como local de convivência, palco de eventos cívicos e culturais, e cenário de práticas esportivas — como as partidas de vôlei e basquete registradas em 1936 —, a produção se estabelece como um importante documento de memória coletiva.

O casario que circunda a praça — com influências do modernismo e do ecletismo — ainda conta parte da história da cidade. Essas construções representam um elo entre o passado e o presente, reforçando a identidade urbana de Patrocínio.

A Praça Honorato Borges ocupa uma ampla área no coração da cidade. É plana, sombreada por paineiras e amendoeiras, equipada com bancos e, apesar do desgaste, ainda possui traços de um antigo projeto arquitetônico e paisagístico. 

É certo que um competente projeto urbanístico e arquitetônico de revitalização da Praça Honorato Borges pode transformar o espaço em um precioso ponto de encontro da comunidade — como ocorre em tantas cidades pelo mundo. Praças devem ser ambientes livres, democráticos, abertos às pessoas, voltados para a cultura, o lazer, a prática esportiva e, sobretudo, para encontros entre gerações.

A proposta do documentário é clara: preservar a memória, despertar o interesse das novas gerações pela história local e incentivar a valorização do patrimônio urbano. A produção está disponível gratuitamente nas plataformas digitais, aberta a todos que desejam conhecer ou reviver a história viva da Praça Honorato Borges.