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Alta de casos de doenças respiratórias pressiona rede SUS e leva Estado a adotar medidas urgentes
Imagem : SES MG

Orientações é procurar atendimento médico aos primeiros sinais de agravamento respiratório, especialmente em crianças e idosos.

Da Redação da
Rede Hoje

O governador de Minas, Romeu Zema (Novo) decretou, nesta sexta-feira (2), situação de emergência em saúde pública em todo o estado de Minas Gerais. A medida foi motivada pelo aumento expressivo de atendimentos e internações causados por doenças respiratórias, com destaque para a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

A deliberação foi publicada em edição extra do Jornal Minas Gerais e reconhece que a capacidade da rede pública de saúde tem chegado ao limite em diversas cidades mineiras. Municípios como Belo Horizonte, Contagem, Betim e Santa Luzia, na Região Metropolitana, já haviam declarado situação de emergência pela mesma causa.

Segundo o decreto, há uma circulação elevada de vírus respiratórios, especialmente o da bronquiolite (vírus sincicial respiratório – VSR) e o da influenza A. O impacto maior tem sido observado entre crianças menores de cinco anos, com aumento da ocupação de leitos pediátricos e de UTIs.

Com o reconhecimento da situação de emergência, o Governo de Minas poderá implementar medidas imediatas de controle, prevenção e reforço da assistência à saúde, além de ampliar a capacidade de diagnóstico e atendimento da rede SUS sem necessidade de licitação. A medida terá validade inicial de 180 dias.

A Secretaria de Estado de Saúde alerta que a população deve redobrar os cuidados com a higiene, manter a vacinação em dia e procurar atendimento médico aos primeiros sinais de agravamento respiratório, especialmente em crianças e idosos.

“Desde outubro do ano passado, a SES-MG vem atuando com os municípios, capacitando equipes e produzindo materiais técnicos para garantir uma resposta eficiente, inclusive com apoio direto das nossas regionais e abertura de leitos na nossa rede”, destaca o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti.

O decreto também prevê a criação do Centro de Operações de Emergências em Saúde por Síndrome Respiratória Aguda Grave (COE-Minas-SRAG), que atuará no monitoramento e na coordenação das ações durante o período de emergência.

Até o dia 26/4, Minas Gerais já havia registrado 26.817 internações por SRAG e 397 mortes apenas em 2025. Crianças de até 1 ano e idosos acima de 60 anos concentram a maioria das internações.

Ampliação da rede assistencial

Para dar suporte à rede hospitalar, a SES-MG iniciou o repasse de incentivos financeiros para hospitais que abrirem ou adaptarem leitos clínicos voltados ao atendimento pediátrico de SRAG. Em março, foram abertos 12 leitos semi-intensivos no Hospital Infantil João Paulo II, da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), em Belo Horizonte, voltados principalmente aos casos de bronquiolite em crianças. A estrutura do hospital também está preparada para disponibilizar 10 leitos de CTI pediátrico, caso a demanda aumente.

“Estamos preparados para enfrentar esse momento, mas sabemos que ele exige esforço contínuo. Precisamos de abertura de novos leitos em algumas regiões e os municípios têm apoio garantido do Estado. Temos recursos disponíveis para isso, e seguimos em contato direto com as gestões locais para dar agilidade às respostas, especialmente em locais que enfrentam situações mais críticas”, reforça Baccheretti.

Monitoramento

Desde abril, Minas Gerais conta com a Sala de Monitoramento de Vírus Respiratórios, ambiente técnico que acompanha a circulação de vírus em todo o estado. A ferramenta permite decisões rápidas e integradas nas áreas de vigilância, assistência e vacinação.

Além disso, o Comitê Estadual de Vírus Respiratórios segue com reuniões quinzenais e poderá intensificar os encontros conforme a necessidade. A próxima reunião está marcada para o dia 24 de junho.

Vacinação e mobilização social

Segue em todo o estado a vacinação contra a influenza, que agora faz parte do calendário de rotina e estará disponível o ano todo. Até o momento, Minas recebeu 5,7 milhões de doses, distribuídas aos municípios. Em 26 de abril, o Governo de Minas ampliou a vacinação para toda a população acima de 6 meses de idade, com metas de cobertura vacinal de 90%.

A estratégia conta com o apoio de 222 vacimóveis – vans adaptadas como salas de vacinação móveis – que já estão presentes em todo o território mineiro.

“Temos vacinas eficazes para a maioria das doenças respiratórias, como influenza e covid-19. A única exceção é o vírus sincicial, que ainda não tem vacina disponível, mas é justamente um dos mais perigosos para bebês pequenos. Por isso, é essencial que pais e responsáveis levem seus filhos para vacinar. E que, em caso de sintomas, evitem o contato com outras crianças, para reduzirmos a transmissão”, orienta o secretário.

Qualificação de profissionais

Outro eixo estratégico da SES-MG é a capacitação contínua dos profissionais de saúde em todo o estado. A Secretaria tem promovido treinamentos, webinários e aulas online com foco na prevenção, diagnóstico e manejo clínico das doenças respiratórias.

“Estamos atuando em diversas frentes: vigilância, assistência, vacinação e qualificação profissional. Tudo isso com o objetivo de garantir uma resposta eficaz e integrada, que proteja a população mineira durante esse período de maior circulação viral”, salienta Baccheretti.

“Criamos vídeos de orientação e estamos presentes nos territórios, lado a lado dos municípios, para garantir que todos saibam como organizar os fluxos e preparar suas redes. A força estadual está pronta para apoiar cada cidade mineira, com planejamento e agilidade”, conclui.