Uma análise de especialistas da OMS e em discussões sobre o potencial de disseminação da doença pela África e pelo mundo considera a situação como uma emergência de saúde pública de interesse internacional

 Detecção da varíola M em países vizinhos do território congolês é especialmente preocupante | © CDC/Cynthia S. Goldsmith, Russell Regnery

Da redação da Rede Hoje

A varíola M, também conhecida como mpox, foi declarada nesta quarta-feira uma emergência de saúde pública de preocupação internacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS), após uma reunião do Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional em Genebra.

O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, anunciou a decisão, afirmando que o comitê considerou a situação como uma emergência de saúde pública de interesse internacional, e ele concordou com essa avaliação.

Após a sessão, o especialista Dimie Ogoina, que presidiu o comitê, explicou que a recomendação foi baseada em uma análise de especialistas da OMS e em discussões sobre o potencial de disseminação da doença pela África e pelo mundo.

A OMS informou que a varíola M se espalhou a partir da República Democrática do Congo, onde o vírus, inicialmente identificado como varíola dos macacos em humanos em 1970, começou a se propagar para outros países.

O surto crescente na África levou o órgão de vigilância da saúde da União Africana a declarar uma emergência de saúde pública, o que motivou a convocação do comitê de emergência da OMS.

Até o momento, mais de 14 mil casos e 524 mortes foram reportados na República Democrática do Congo, superando os números do ano anterior.

Em 2024, a rápida disseminação da variante clado 1b do vírus, especialmente por redes sexuais, gerou preocupação. A detecção da doença em países vizinhos é um dos fatores críticos que levou à decisão de convocar o comitê de emergência.

Brasil instala Centro de Operações de Emergência em Saúde

O Ministério da Saúde instalou nesta quinta-feira (15) um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para coordenar as ações de resposta à mpox no Brasil. A doença foi declarada emergência em saúde pública de importância internacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Dados da pasta brasileira indicam que, desde 2023, o país apresenta estabilidade no número de infecções.

De acordo com o ministério, desde a primeira emergência decretada em razão da doença, de 2022 a 2023, a vigilância para a mpox se manteve como prioridade. A pasta informou que vinha monitorando atentamente a situação mundial e as informações compartilhadas pela OMS e por outras instituições e que já iniciou a atualização das recomendações e do plano de contingência para a doença no Brasil.

Casos e mortes

Dados do ministério mostram que, em 2024, foram notificados 709 casos confirmados ou prováveis de mpox no Brasil, um número classificado pela pasta como “significativamente menor” quando comparado aos mais de 10 mil casos notificados em 2022, durante o pico da primeira emergência da doença no país. Desde 2022, foram registrados ainda 16 óbitos, sendo o mais recente em abril de 2023.

Vacinação

Ainda segundo o ministério, a vacinação contra a mpox no Brasil foi iniciada em 2023, durante a primeira emergência global pela doença, com o uso provisório de uma dose liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e priorizando pessoas com maior risco de evolução para formas graves da doença. Desde o início da imunização, mais de 29 mil doses foram aplicadas.

 


Fontes: ONU | OMS | Agência Brasil