O carregamento, composto por 320 sacas de café provenientes de dez cafeicultores do Sul de Minas, partiu do Porto de Santos no último sábado, 27 de julho de 2024

Fotos: Divulgação/Cocatrel 



Lotes sendo preparados: para embarque.
 

Da redação da Rede Hoje

Minas Gerais deu um passo significativo na exportação de café ao embarcar o primeiro lote com certidão de conformidade para a União Europeia. O carregamento, composto por 320 sacas de café provenientes de dez cafeicultores do Sul de Minas, partiu do Porto de Santos no último sábado, 27 de julho de 2024. A previsão é que o container chegue a Dublin, na Irlanda, no dia 21 de agosto.

Esta exportação pioneira resulta de uma colaboração entre o Governo de Minas, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Cooperativa dos Cafeicultores de Três Pontas (Cocatrel). O sucesso da operação é fundamentado pela tecnologia da plataforma SeloVerde MG, que assegura a conformidade com a legislação nacional e os requisitos da União Europeia, garantindo que o café não esteja associado ao desmatamento.

O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), Thales Fernandes, destacou a importância da iniciativa. Ele afirmou que Minas Gerais está demonstrando sua capacidade de atender às novas exigências da União Europeia e à legislação ambiental brasileira, o que ajuda a preservar mercados e promover a sustentabilidade.

A plataforma SeloVerde MG foi desenvolvida em parceria entre a Seapa, o Instituto Estadual de Florestas (IEF) e a UFMG, com o apoio do programa AL-INVEST Verde da União Europeia. Esta ferramenta realiza uma análise socioambiental dos imóveis rurais mineiros, fornecendo um diagnóstico detalhado e automatizado da conformidade com as normas de sustentabilidade.

Desde a implementação das novas regras da União Europeia, Minas tem trabalhado para consolidar a plataforma como um recurso essencial para validar a sustentabilidade das principais cadeias produtivas do estado. Em março de 2024, representantes da Comissão Europeia e do Programa Al-Invest Verde visitaram Belo Horizonte para conhecer a ferramenta e as práticas de produção sustentável no Sul de Minas.

Andrea Monaco, Senior Programme Manager do AL-INVEST Verde, mencionou que desde a introdução do Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR), o apoio tem sido direcionado para ajudar países latino-americanos a implementar ferramentas de rastreabilidade necessárias para o comércio de produtos regulamentados.

Diego Vargas/Seapa
Lavouras mineiras, grãos de café no pé

A plataforma não apenas cobre o café, mas também abrange outras quatro commodities exportadas pelo agro mineiro: soja, gado, cana e produtos da silvicultura. A regulação da União Europeia, que considera o desmatamento após 31 de dezembro de 2020, revela que 95% das propriedades de soja e gado, 96% das de cana de açúcar e 93% das de florestas plantadas estão livres de desmatamento.

Felipe Nunes, pesquisador do Centro de Sensoriamento Remoto da UFMG, explicou que a plataforma oferece transparência e rastreabilidade, permitindo a verificação das condições de cada propriedade com imagens de alta resolução. Breno Lasmar, diretor-geral do IEF, ressaltou os avanços tecnológicos que têm promovido maior transparência e eficácia na gestão florestal e restauração ambiental, alinhando as atividades econômicas aos princípios da sustentabilidade.

O Regulamento da União Europeia, que entrará em vigor em janeiro de 2025, abrangerá sete commodities de risco florestal: bovinos, cacau, café, óleo de palma, soja, borracha e madeira, além de seus derivados.


Com informações da  Assessoria de Comunicação Social da SEAPA