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Tive um sonho insólito numa madrugada destas. Mesmo não sendo lá muito bom para relembrar sonhos, esse vou me esforçar para reproduzi-lo da melhor forma.

O cenário era real: Praça da Matriz. Um dos cartões postais de Patrocínio. A praça mais histórica e cultural da nossa cidade. Adornada pelo sobrado de mais de 150 anos, nosso patrimônio histórico, onde funcionou a Câmara Municipal, Prefeitura, Casa da Cultura e hoje abriga o Museu Prof. Hugo Machado da Silveira. O Relicário Rangeliano.

Praça onde se localiza o Colégio Berlaar Nossa Senhora do Patrocínio, fundado em outubro de 1929. E a primeira Igreja de Patrocínio fundada em 1804. Igreja Matriz Nossa Senhora do Patrocínio.

O inusitado é que todas as pessoas que protagonizaram este meu sonho, já cumpriram com louvor suas missões de vida e estão na Pátria Superior. Se no conceito de Freud, os sonhos são realizações de desejos, meu desejo era que toda essa gente ainda estivesse aqui entre nós. Confesso que escrevo em lágrimas….

O sonho era mais ou menos assim: Atendia um pedido de minha vó-mãe-Badia, que pra mim era sempre uma ordem.

Disse-me ela: “Leva a lista de compra no Armazém Santa Terezinha, acerta a compra do mês passado e peça para anotar essa outra lá na caderneta. “

Os itens da lista eram praticamente os mesmos de sempre. Ela só queria a mais, um maço de fósforo, uma rapadura e uma corda pra varal. " Não vai passar na biblioteca, senão você rancha por lá" Ela já havia me falado, isso umas duas vezes..

Deixo casa de nº 134 da Rua Artur Botelho (que não existe mais) subo do fundão ao centro.

Tenho que passar pela Praça Matriz, até chegar no cantinho da Praça Honorato Borges, onde então ficava o tradicional Armazém Santa Terezinha.

Era uma linda manhã de sol. Apenas três quarteirões, nem sinto a caminhada. Quando chego na Praça da Matriz, noto uma movimentação. Como assim, algum evento, que não sabia? Grupo de duas, três, quatro pessoas conversam entre si ao longo da praça. Como tenho que passar no coração do largo, fico curioso para saber o que se passava...

Conheço logo, duas pessoas. Sr. Sebastião Eloi dos Santos e Sr. Pedro Alves do Nascimento. Ícones da imprensa local. Um, do jornal impresso; o outro, do rádio. Passei perto de ambos e pude ouvir que falavam do progresso de Patrocínio. “Precisamos urgente de um aeroporto” - Dizia, Sr Pedro Alves- “somos a Capital do Café. Não fica bem recebermos empresários deste e de outros setores sem o mínimo de infraestrutura” . “Concordo com você, Pedro, mas a imprensa tem de cobrar mais do prefeito Afrânio Amaral. O homem anda viajando demais. Essa gente chega ao poder e esquece o povo, ué ” saio de fininho, tamanho e minha reverência aos dois. Gostaria muito de continuar ouvindo os dois totem rangeliano, mas preciso prosseguir.

No próximo banco da praça, três pessoas conversam, numa linguagem muito culta. É Dr Gérson de Oliveira, Sr Diolando Rabelo e Sr. José Afonso Amorim. A prosa transita pela história, filosofia, antropologia, literatura e política. Fico parado sorvendo cada palavra. Apontando para as Palmeiras Imperiais, Dr Gérson, fala do valor de um gesto. Lembrando que essas Palmeiras foram trazidas do Rio de Janeiro, por intermédio do Cel. Theodoro Gonçalves. “Hoje elas adornam todas as praças da cidade”. A prosa culta corria. “Você está muito sécio, hoje”. Disse Sr. Diolando no meio de uma fala. Penso: o que quer dizer, sécio? Anoto a palavra para procurar no meu Alfarrábio. Noto alguém se aproximando da roda. É Dr Hélio Furtado de Oliveira, claro de terno e gravata e uma pasta debaixo do braço. Eu ali. Nos pés da sabedoria. Fico sabendo que sr José Afonso Amorim. Foi um dos fundadores e primeiro proprietário da Rádio Difusora de Patrocínio. Com o fechamento da TV Itacolomi, não mediu esforços, mobilizando um grupo de amigos para trazer a uma torre de transmissão da TV Integração (Rede Globo) para Patrocínio. Dr Hélio Furtado de Oliveira, fez uma brincadeira, ( como, assim? Dr. Hélio, brincado? Sim. Ele mesmo) Pede desculpas, pois está indo para o Colégio Nely Amaral, onde é diretor. Também, preciso me aluir. Eita, Sô, Diolando! Ia anotar o termo “escalafobético”. Mas, me lembro o significado, nessa ele não me pegou.

Caminho alguns passos e me vejo entre quatro pessoas que conversam polidamente. É Dr Michel Wadhy, todo de branco, Dr Renato Cardoso, Prof. Hugo Machado da Silveira e Dr Edgard de Andrade Rocha. Dr Michel me dá abraço

efusivo. Dr Renato, diz que tem me acompanhado nas páginas do Jornal de Patrocínio e vai indicar meu nome para concorrer a uma cadeira na Academia Patrocinense de Letras. Pego de surpresa a cabeça roda e a voz desaparece. Não sei o que dizer e fico mais emocionado ainda quando aperto pela primeira vez a mão do Dr Edgard. (Ex Juiz de Direito. Cronista singular. Uma das expressões de maior cultura, conceito e credibilidade de todos os tempos em nossa Patrocínio)

Me despeço e ainda, posso ouvir, o Prof. Hugo, me convidando para uma reunião na Casa da Cultura na próxima Segunda -Feira.

Já estou no coração da praça, onde na década de 30 existia um coreto com muitas atividades culturais. Olha quem vejo. Véio do Didino, Humberto Cortes, Joaquim Assis Filho, Carmo Pintor e Ignácio Verdureiro. Assunto? Futebol Rangeliano. Eles realmente conheciam a saga do futebol Amador. Dava gosto ouvi-los discorrerem sobre o Ipiranga, Flamengo do Véio e CAP. Sr. Inácio Verdureiro e Humberto Cortes, arrancavam gargalhadas, com seus causos pitorescos.

E olha quem vejo cruzando a Praça em direção à igreja, toda sorridente, saudando todo mundo: Vera Nunes. Depois que falei pra que ela que a caçula lá de casa tem o nome dela em sua homenagem. Ela ficou ainda mais afetiva comigo. Mas não foi desta vez que distingui a cor dos olhos dela. Eram verdes ou azuis?

O sino da Matriz badala nove batidas. Preciso cruzar a praça. Ando alguns passos e me deparo com uma roda bem animada. O papo ali é musical. Paulinho Machado, Sr Sesostres Pedro da Silva, Maestro João da Banda, Lázaro Camilo e Lincoln Machado. Quando cheguei, Sr Sesostres, perguntava ao Lincoln, se ele tinha um LP de Ernesto Nazareth, com a música “Gotas de Ouro”. Disse que sua filha, Nely Caixeta, iria lhe ajudar na gravação de um disco.(CD) Lincoln, claro, tinha a relíquia musical na sua discoteca. Era só, passar na casa verde da Praça do Tiro de Guerra e apanhá-lo. Todos, queriam ouvir Paulinho Machado, cantando e contando a história do Bolero Sebastiana. Cuja musa, era uma encantadora empregada doméstica , que veio da localidade de Santa Rosa (Coromandel-MG) e pelo visto, bagunçou corações por aqui..

Lázaro Camilo, comenta de uma homenagem que recebeu do Conselho Regional da Ordem dos Músicos de Brasília, onde lecionou música por 19 anos no Colégio Marista Champagnat na Capital Federal. Negrinho do Zé Camilo, como é conhecido, recebe os parabéns, de ninguém menos do que o Maestro João de Souza, o “João da Banda”, comanda e faz bonito com a “Fanfarra do Colégio Dom Lustosa” e “Banda Abel Ferreira”.

" Não, muito obrigado, Sr Saul!" Difícil dizer estas palavras. Era o Saul das Amêndoas. Qual o segredo de fazer uma iguaria tão deliciosa. Pena que nunca tinha dinheiro quando ele passava por mim com o cesto de amêndoas na cabeça.

Não acredito nos meus olhos! No último banco. Rondes Machado, Paulinho Cândido Alves e Joãozinho do Alto da Estação. Daria um livro a prosa que flui serena desta roda.

Por fim, Rondes me convida para mais tarde visitarmos Dona Tuniquinha. Fica confirmado. Não vejo a hora. Naquela casa somos recebidos como chefes de estados. Vamos rever a coleção de cerca de 300 latas dela que nem a Nestlé, possui algo igual.

Meu senso de responsabilidade fala mais alto. Tinha uma missão a cumprir.

Enquanto me afastava da praça, ainda ouvia ao longe o violão de Paulinho Machado e o Saxofone de Plínio Moreira, que havia chegado por ali... “Ya no estas a mi lado corazón.” Dava para reconhecer o velho bolero...

O sonho na realidade não existiu. As pessoas sonhadas, sim. Esta é a magia de tudo. Gente que cruzou o meu caminho. Cada um, no seu tempo, ao seu modo, com a sua característica, deixaram o seu melhor entre nós. Nunca esqueçamos, quem faz a cidades são as pessoas.

Estes (e tantos outros não citados no sonho) estão no eterno livro de história de Patrocínio e na terna memória do meu coração.

Desta vez eu não me ranchei na biblioteca, Vozinha. Estava nos pés da sabedoria….

Geografia. Dizer um pouco sobre ela é prazeroso. E muitas vezes, curioso. O homônimo de municípios torna-se curiosidade total. Patrocínio tem xarás. Patos de Minas nem se fala. Até além fronteiras mineiras, há algo interessante. Seria possível existir no Nordeste a cidade mais cosmopolita do mundo? A sede da ONU estaria lá?

QUATRO PATROCÍNIOS – A Capital do Café é o principal e mais progressista Patrocínio, com os seus 93 mil habitantes. Porém, em Minas Gerais, há o segundo. Denominado Patrocínio do Muriaé, com população de apenas 5.800 habitantes e tão somente menos de 5% do território de Patrocínio (108,2km²). Situa-se na Zona da Mata, polarizada pela conhecida Muriaé.

OS OUTROS DOIS... – Bem próximo à Franca-SP, antiga capital brasileira de calçado, há Patrocínio Paulista. Quase 15.000 habitantes de patrocinenses, porém paulistas. E bem no oeste do Paraná existem também patrocinenses. Segundo o IBGE, são as pessoas nascidas em São Jorge do Patrocínio. Que é um município paranaense com pouco mais de 5.500 habitantes, em território correspondendo a 15% do grande município de Patrocínio-MG.

E TEM UM QUINTO PATROCÍNIO – O município de Virginópolis, na região de Governador Valadares, até 1924, quando distrito, chamava-se Patrocínio de Guanhães. Tanto é que a padroeira da cidade é a mesma dessa terra do Índio Afonso e do Rangel: Nossa Senhora do Patrocínio.

PATOS TEM MAIS XARÁS... – Com população de 155 mil habitantes e área territorial de 3.190km², Patos de Minas é destaque nacional. Inclusive entre a “turma” dos outros Patos. Lá na Paraíba (do Hulk do Galo), o município paraibano de Patos tem 109 mil habitantes em 473km². Ou seja, maior também do que Patrocínio. No Piauí, há Patos do Piauí com 6.500 patenses. Já no Maranhão, existem mais 26 mil patoense (escreve é assim lá) no município chamado São João dos Patos. E em Minas, Patos de Minas tem um xarazinho na região de Pirapora, com o nome de Lagoa dos Patos, onde se estima 4.100 habitantes lagoa-patenses.

ACREDITE! MUNICÍPIOS INTERNACIONAIS NO PAÍS – Nova Iorque não está somente nos EUA. No Maranhão também tem o seu município. Nova Iorque, com 4.700 habitantes nova-iorquinos. A bela Buenos Aires é somente a capital da Argentina? Não! Há Buenos Aires, em Pernambuco, divisa com a Paraíba. E com muita gente: 13.300 buenairenses. E as “grandes cidades” não param por aí. Há Nova Roma em Goiás, Nova Roma do Sul no Rio Grande do Sul, Mata Roma no Maranhão, Parisi (escreve assim) em São Paulo, Barcelona no Rio Grande do Norte, Coimbra em Minas e tantos outros nomes que lembram o mundo de hoje e de ontem, coloridos de verde-amarelo.

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Eu brincava com meu pai dizendo que estava ficando velho, pois já tinha netos. Na realidade meu primeiro neto nasceu quando eu tinha 36 anos e minha esposa, Márcia, 33. Nos casamos muito jovens. Meu pai dizia, rindo: “você notará que está ficando velho quando os de sua geração começarem a morrer de causas naturais”. Numa conversa simples, ele — que já faleceu —, me dava mais uma lição de vida.

Esta semana morreu mais um contemporâneo meu. Vangelis Papathanassiou, ou simplesmente Vangelis. O Vangelis faleceu com 11 anos mais que eu, aos 79 anos, mas fez a diferença para todas uma geração e, sim, era meu contemporâneo. Vangelis Papathanassiou, ou simplesmente Vangelis. O Vangelis faleceu com 11 anos mais que eu, aos 79 anos, mas fez a diferença para toda uma geração e, sim, era meu contemporâneo. O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, foi quem deu a notícia nesta quinta-feira (19). "Vangelis Papathanassiou não está mais conosco", tuitou o primeiro-ministro. "O mundo da música perdeu o (artista) internacional Vangelis", acrescentou.

Em mais de 50 anos de carreira, o artista conhecido apenas como Vangelis encontrou inspiração na exploração espacial, na natureza, na arquitetura futurista, no Novo Testamento e no movimento estudantil de maio de 1968 na França.
Numa reportagem do Diário de Pernambuco., explica que Vangelis foi pioneiro da música eletrônica, este gênio autodidata dos teclados sempre gostou de experimentar, passando facilmente do rock psicodélico e do sintetizador à música étnica e ao jazz.
Sua trilha sonora para "Carruagens de Fogo" ganhou um Oscar em 1982, quando competiu com a trilha de John Williams para o primeiro filme de Indiana Jones.

Este tema, que liderou as listas de sucessos nos Estados Unidos, também teve grande impacto no Reino Unido e foi usado nos Jogos Olímpicos de Londres-2012.

"Sua maestria e sua inspiração tempestuosa na criação de sons, totalmente originais, criaram um público mundial", disse a ministra da Cultura grega Lina Mendoni, assegurando que Vangelis "foi ecumênico".
Suas trilhas sonoras também incluem 'Missing - O Desaparecido', de Costa-Gavras, 'Lua de Fel' de Roman Polanski e 'Alexander' de Oliver Stone.

Também compôs músicas para balé e teatro, bem como o tema da Copa do Mundo de futebol em 2002.
Evangelos Odysseas Papathanassiou nasceu em 1943 no povoado de Agria, perto de Volos (centro da Grécia). Foi um menino prodígio e deu seu primeiro concerto de piano aos seis anos, sem nunca ter feito aulas."Nunca estudei música", disse ele à revista grega Periodiko em 1988, lamentando a crescente "exploração" imposta pelos estudos de música e os meios de comunicação.
"Você pode vender um milhão de discos e se sentir fracassado. Ou pode não vender nada e se sentir muito feliz", disse na ocasião. Após estudar pintura na Escola de Artes de Atenas, Vangelis se uniu à banda de rock grega "Forminx" na década de 1960.
Seu sucesso foi afetado pela chegada da junta militar em 1967, que restringiu a liberdade de expressão.Tentando chegar ao Reino Unido, ficou bloqueado em Paris durante o movimento estudantil de maio de 1968 e, junto com outros dois exilados gregos, Demis Roussos e Lucas Sideras, formou uma banda de rock progressivo, "Aphrodite's Child". A banda vendeu milhões de álbuns com sucessos como "Rain and Tears", antes de se dissolver em 1972. Ao se mudar para Londres em 1974, Vangelis criou os estúdios Nemo, "um laboratório de som", que produziu a maioria de seus álbuns.
- "O sucesso é traiçoeiro" -
"O sucesso é doce traiçoeiro", admitiu o compositor à revista The Observer em 2012. "Ao invés de conseguir avançar livremente e fazer realmente o que você quer fazer, fica bloqueado e é obrigado a se repetir", explicou. Em uma entrevista em 2019 aos Los Angeles Times, o músico falou de seu trabalho no filme "Blade Runner", de Ridley Scott. "Quando vi as imagens, percebi que isso era o futuro. Não é um bom futuro, logicamente. Mas é para lá que vamos", assegurou.
Vangelis, cujo nome foi usado em 1995 para batizar um planeta, tinha fascínio pelo espaço. Em 1980, colaborou com a música do documentário científico Cosmos, ganhador do prêmio Carl Sagan.
Ele também compôs músicas para missões da Nasa (2001 Mars Odyssey e 2011 Juno Jupiter) e um de seus álbuns, indicados ao Grammy, foi inspirado na missão da sonda espacial Rosetta em 2016.
Nos últimos anos de sua vida, Vangelis dividiu seu tempo entre Paris, Londres e Atenas, permanecendo sempre discreto sobre sua vida privada

Para situá-lo, primeiro vou contar quem ele era: Compositor grego de trilhas sonoras para filmes: Blade Runner — thriller futurista de Ridley Scott de grande sucesso até hoje — , Carruagens de Fogo — filme sobre o triunfo de corredores britânicos nas Olimpíadas de 1924 (ganhou o Oscar de melhor trilha sonora) — , Desaparecido, Um grande mistério — sobre o golpe de estado no Chile —, Rebelião em Alto Mar — refilmagem de “O Grande Motim” de 1962, estrelado por Mel Gibson e Antony Hopkins -, e 1492: A Conquista do Paraíso — sobre a descoberta da América, com Gérard Depardieu com Cristóvão Colombo, também dirigido por Riddley Scott. Suas trilhas sonoras também incluem Missing - O Desaparecido, de Costa-Gavras, Lua de Fel, de Roman Polanski, e Alexander, de Oliver Stone.

Mas, no começo da carreira, nos anos 1960 e 1970. Fazia parte de uma banda que era um grande sucesso entre nós, jovens dos anos 70: o Aphrodite's Child, uma banda grega de rock progressivo formada em 1968 com ele — o multi-instrumentalista Vangelis Patas-galhanas —, pelo vocalista Demis Roussos, e o baterista Loukas Sideras. Depois de uma tentativa frustrada para entrar na Inglaterra, a banda reagrupou-se em Paris, onde o guitarrista Anargyros "Silver" Koulouris juntou-se a eles (embora ele fosse forçado a deixar a banda devido a prestação do serviço militar, com a guitarra e baixo sendo tocados por Roussos durante sua ausência).

Com a ajuda do Wikipédia vou falar um pouco do que era o “Aphrodite's Child”.

The Idols, We Five, Aphrodite’s Chile: A biografia do Aphrodite’s Child se mescla com a do artista Demis Roussos, o vocalista desse grupo. A partir dos 15 anos de idade, quando sua família mudou-se do Egito e voltou para a Grécia, Demis participou de vários grupos musicais. O primeiro, com 17 anos, The Idols, onde Demis tocava guitarra e baixo; os outros membros dos Idols: Jo (primo de Demis), Natis Lalaitis, Nikos Tsiloyan e Anthony. Nessa época, Demis tinha de trabalhar para sustentar sua família. Já nesse grupo Demis começou a destacar-se como cantor, a partir do momento no qual foi solicitado para substituir o vocalista, que estava cansado, para cantar algumas canções (o que começou com “The House of the Rising Sun” e “When a Man Loves a Woman”).

Com o compositor Lakis Vlavianos, Roussos deu início à banda We Five, já como vocalista principal. Mas somente começou a ficar mais conhecido a partir de 1968, com a banda de rock progressivo Aphrodite’s Child, formada no Reino Unido, para a qual Demis associou-se a outros dois músicos gregos, respectivamente, Vangelis (ou Vangelis Papatanassiou) e Loukas Sideras, primeiramente como vocalista e depois também como guitarrista e baixista. Vangelis ficou como compositor principal e tecladista, enquanto Loukas cuidava da bateria.

No entanto, por falta de permissão para trabalhar na Inglaterra, o grupo mudou-se para Paris, então atingida pela Revolução de Maio de 1968. O primeiro álbum foi Rain and Tears, o qual obteve tremendo sucesso e vendeu um milhão de discos apenas na França. Nos próximos anos, o desempenho do grupo foi excelente. Com a voz de estilo de ópera de Roussos, a banda passou a ter sucesso em nível internacional, inclusive com 666, o último álbum. Logo após o lançamento dessa obra, por razões diversas, decidiram acabar com o grupo. Mas antes da dissolução, o Aphrodite's Child estourou na Europa e outros países com grandes sucessos, tais como: Rain and Tears (compositor, Vangelis, letrista, Boris Bergman); It’s Five O’clock, I Want to Live, End of the Eldoro, Marie Jolie e Spring, Summer, Winter and Fall.

Mas, quem era Vangelis e porque me atingiu tanto sua morte? A morte ocorreu na terça-feira (17). A causa, porém, não foi divulgada oficialmente. Segundo a mídia grega, Vangelis morreu de coronavírus na França, onde vivia em certas temporadas.

Pioneiro da música eletrônica, este autodidata inspirava-se na exploração espacial, na natureza, na arquitetura futurista, no Novo Testamento ou no movimento estudantil de maio de 1968 na França. Nascido em 1943 em Vólos, na região da Tessália, na Grécia, ele cresceu em Atenas e formou sua primeira banda em 1963, chamada Forminx, tocando a música pop da época.

Na década de 1970, assinou um contrato solo com a RCA Records e começou sua carreira como compositor de trilhas sonoras. A música que fez para Carruagens de Fogo ganhou um Oscar em 1982, quando competiu com a trilha de John Williams para o primeiro filme de Indiana Jones. O tema foi tão marcante que passou a ser associado a corridas e maratonas.

Suas trilhas sonoras também incluem Missing - O Desaparecido, de Costa-Gavras, Lua de Fel, de Roman Polanski, e Alexander, de Oliver Steno

Agora, você, querido leitor, entende por que senti a morte de Vangelis sem conhecê-lo pessoalmente? Porque ele faz parte de um tempo de juventude, ídolo da minha “patota” — que era galera, nestes tempos .

Mesmo reconhecendo que os tempos atuais são tão bons quanto aquele época — em vários casos, muito melhores —, bate uma saudade, entende? E como diria Júlio Costa, meu querido pai, em outra lição: “nosso tempo é agora, o que passou fica no passado. O de bom e o ruim”.



Censo.
A partir de 1º de agosto de 2022 começará o recenseamento. Ou seja, a pesquisa domiciliar (coleta de dados) será implementada em todo o País, por 210 mil pessoas contratadas. O Censo Demográfico 2022 não ocorreu em época normal (2020), devido à pandemia. Há expectativa geral pelos resultados. Inclusive Patrocínio, que espera ter mais de 100 mil habitantes. Isso é bom ou não? Comparado com as atuais informações disponíveis, sobretudo do último Censo (2010), é bom verificar, onde o Município poderia apresentar melhoria nos indicadores. É um bate-bola interessante.

EM TAMANHO DE MUNICÍPIO, PATROCÍNIO DESTACA – Segundo o IBGE, o município patrocinense tem 2.874 km² de área. De terra, de chão mesmo. Com isso, apenas 31 municípios são maiores em Minas. Os líderes territorialmente são João Pinheiro, Paracatu, Unaí, Buritizeiro e Arinos. Já Uberaba, Uberlândia, Coromandel e Patos de Minas são um pouquinho maiores do que Patrocínio. No próximo Censo, isso não mudará. Mas a população mudará. E será maior.

AUMENTO POPULACIONAL É POLÊMICO – A rigor, população maior não é progresso. Não é desenvolvimento. Nunca foi. No último censo (2010), Patrocínio posicionou-se em 39º lugar no Estado, quanto à população. Como em área é o 32º lugar, é aceitável ter aumento moderável de sua população. Em outras palavras, a densidade demográfica patrocinense é de 28,7 habitantes por km² (2010). Daí, poderá ser superior um pouco agora no Censo. Isso é apenas uma visão de quem pensa em aumento da população.

PIB: É ISSO QUE PRECISA SER AUMENTADO – O PIB é o resultado de tudo o que é produzido em bens e serviços no Município (nesse caso). O PIB per capita é o valor total de PIB dividido pela população existente. Em 2017, o PIB “per capita” foi de R$ 31.002,00. Poderia dizer que cada patrocinense, em média, produziu R$ 31 mil em 2017. Ou seja, cada habitante produziu pouco mais de R$ 2.500,00 por mês. Isso é pouco. Pouco para o tamanho de Patrocínio. Tanto é que, em termos de PIB per capita (PIB por cabeça), Patrocínio está em 125º lugar em Minas. E no 3º lugar na microrregião. Por essas bandas, Perdizes, Coromandel, Patos de Minas e Serra do Salitre dão um show em Patrocínio. Por exemplo, cada habitante de Serra do Salitre produziu em 2017 quase R$ 50.000,00. Acredite!

SEM MEDO DE ERRAR! – Patrocínio necessita é prioritariamente aumentar a produção de bens e serviços. Principalmente, produção industrial. População, por ora, não interessa. Essa “turma” que defende o aumento da população, sem conhecimento, quer é reduzir o já baixo PIB “per capita” de Patrocínio.

SALÁRIO É BAIXO – Em 2019, havia 22.484 pessoas empregadas, com salário médio mensal de R$ 2.090,00. Isso simplesmente colocou 126 municípios mineiros à frente que pagam melhor do que Patrocínio. Em média, Serra do Salitre e Patos de Minas têm salários mais altos do que a Capital do Café.

ISSO PRECISA TAMBÉM MELHORAR – Apenas aumento da população não altera o cotidiano positivamente. Ah! E nunca esquecer que apenas 25% da população patrocinense está trabalhando, na palavra do IBGE.

O QUE PRECISA AINDA MELHORAR – O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, o famoso IDHM carece de melhoria. Como diz o Bruno Henrique, o IDHM encontra-se no mesmo patamar do PIB “per capita” e do salário. Mais de 120 cidades à frente. Arborização de vias públicas é outra face negativa. O IBGE, em 2010, apontou que 225 cidades de Minas têm maior índice de arborização. Ou seja, tem mais árvores, mais verde, do que Patrocínio.

ENFIM... – Que venha o novo Censo. Que essa paranoia de população maior não seja dominante. Que Patrocínio supere os seus verdadeiros “pontos fracos”. Para tanto, é importante conhecer um “pouquinho só” o Censo de 2010 (o último), e, comparar. Comparar com o Censo 2022 ideal para Patrocínio. O que é debilitado no Município não pode jamais ser desprezado. E sim prezar, buscar, ações que fortaleçam essa debilidade. Aumento de população não é o melhor caminho.

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Tal qual as pessoas, as cidades não são perfeitas. Não são destinos acabados. Estão em dinâmica re/construção. Quem se lembra de Guimarães Rosa, dizendo: “Mire, veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam, verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me alegra montão.”

Na busca de melhoria contínua, pessoas e cidades, precisam de uma valor imprescindível: A humildade. Humildade para aprender. Humildade leva ao autoconhecimento e o reconhecimento do sucesso do outro. Humildade faz evoluir, buscando novas experiência, inspiração, contexto e originalidade. Humildade faz gente ( e cidade) sair da bolha do óbvio.

Na senda da humildade, pessoas encontram seu próprio destino no mundo; cidades encontram sua vocação determinante.

Em papo reto, nossa Patrocínio de Minas, precisa de humildade para entender que, há séculos desperdiça potencial que poderia colocá-la no ranking nacional; e que, portanto, tem algum progresso, sim, mas está longe de ser uma cidade ideal.

Tenho absoluta certeza, se nossa cidade tivesse, trilhado no passado o entendimento político, alinhamento de forças, pacificação, trabalho inteligente e árduo, nossa realidade seria outra. Se agentes políticos e sociedade civil, tivessem a humildade de fazer um projeto sócio-político-econômico-cultural-educativo-turístico e ambiental. Pra ontem? Não. Para o século passado. Em minha geração, sem perspectivas de mudanças de paradigmas, me resta o lamento. A cultura por aqui é a do estrelato político, revezamento de ‘panelinhas’ no poder.

Em suma. As cidades espelham a mentalidade das pessoas que nela vivem. O escritor e urbanista, Ed Glaeser, matou a pau: “A força que advém da colaboração humana é a verdade central por trás do sucesso da civilização e o principal motivo da existência de cidades”.

Saindo das elocubrações e dos puxões de orelhas, vamos pisar o território de outra cidade.

Por breves três dias, levei meu olhar para percorrer a cidade de Ribeirão Preto.

Costumo dizer que para se começar a conhecer uma cidade, há que visitar a Biblioteca Municipal, o Mercado Municipal, casa de cultura e o jornal impresso local. No caso de Ribeirão Preto, não precisa todo esse trabalho. A cidade se mostra, se dá a conhecer generosamente.

Por exemplo, começo a rascunhar essa crônica em frente ao Theatro Dom Pedro II. A estética arquitetônica é de cair o queixo. No majestoso “Quarteirão Paulista”, Além do Theatro, inspirado em “L’ Ópera de Paris “, capacidade para 1588 espectadores, o Hotel Central, o Palace Hotel e o edifício Meira Júnior, onde funciona a Choperia Pinguim, que dispensa qualquer comentário. Há, um desconhecido, chamado Erasmo Carlos, se apresentaria no “Theatro Pedrão”.

Caminho um pouco e me dou de cara com novo espanto. Palácio Rio Branco. Colossal!.

Segundo me informa um senhor por ali, o estilo de fachada do monumento é uma transição do barroco para o moderno e foi inspirado nas fachadas arquitetônicas do início do século da França. A Belle Époque, floresceu em Ribeirão Preto e mais importante foi preservada. Pois a perplexidade veio ao saber que esta obra de 105 anos, ainda é o centro de poder na cidade. É onde, ainda hoje, funciona a Prefeitura e diversas secretarias de governo.

Bem em frente Palácio, a praça, fica a herma do Barão do Rio Branco, o primeiro monumento instalado em uma praça da cidade. Isso em 1913, antes, portanto, da inauguração do palácio, ocorrida em 1917 ( 109 anos, em Patrocínio, teria virado pó há muito)

Aos pés do Barão, me dou com uma “cápsula do tempo” contendo, Fotos, mensagens, cartas, jornais e revistas foram colocados dentro da cápsula. A urna futurista será aberta no dia 19 de junho de 2056, data em que Ribeirão Preto completará 200 anos de fundação. Daqui há 34 anos. Negócio a longo prazo. Ruim pra mim.

Pausa para um cafezinho, hora de aproveitar e ler “ A Tribuna- O jornal com a cara de Ribeirão" . A matéria de capa é “Explosão de criminalidade em RP” De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, no primeiro trimestre deste ano 38 pessoas por dia foram vítimas de algum furto ou roubo. Dois manos, falava um dialeto paulistês, fui tirar uma foto me deram uma olhadela. Bastou, se me fui dali. Já tinha observado, muita gente em situação de rua, dormindo nos bancos da Praça Carlos Gomes. Um misto de desigualdade social, desemprego, vadiagem flutuante, questão nacional, séria também nas ruas de RP...

Uai, isto aqui é o quê? O Calçadão, maior shopping á céu aberto do interior, compra serviços, gastronomia em pleno coração ribero-pretense.

Na terra do Dr Sócrates, Rai, William Bonner, Camila Queiroz, Carla Zambelli, e da Secretária de Cultura de Patrocínio, Cidinha Palucci, tem como característica pensar grande. Pensou-se grande no passado, presente e futuro.

Marketing pesado, efetivo. Muito conhecida pelo turismo de negócios e eventos. Conhecida pelos títulos de Capital do Chopp, Capital do Agronegócio, (A Agrishow 2022 fechou um total de R$ 11,2 bilhões em negócios e superou em 286,2% o volume registrado em 2019), Capital do café, do Açúcar e Álcool. “Cidade Patrona da Aviação” ( Patrocinaram o sonhos de voar de Santos Dumont, lá na europa) Em 2021, Ribeirão também recebeu o título de Capital da Cultura, (Feira Internacional do livro, considerada a segunda maior feira do livro a céu aberto do Brasil, e uma das maiores da América Latina)

Em várias partes da cidade mapas que orientam os turistas. Através dele fiquei sabendo de diversas atrações, que na ocasião, não seria possível conhecer. 37 atrativos. “Mamãe mandou bater neste aqui...” Museu de Artes, Catedral Metropolitana, Museu do Café, Casa Italiana... e chama a atenção a quantidade de parques. O verde impera. Aliás, pega bem saber. A cidade de Ribeirão Preto possui 93 áreas verdes que foram "adotadas" por instituições privadas e pela sociedade civil organizada. Fazem parte do Programa Cidade Verde, áreas verdes, praças, canteiros e parques que recebem os cuidados dessas empresas em troca de espaços publicitários. São três parques, sete áreas verdes, 15 praças e 68 canteiros centrais cedidos às empresas... “Mas eu sô muito teimoso bato neste aqui”. Fui ao Parque Tom Jobim. Bautiful de lindo.

As instituições privadas e sociedade civil organizada, são atores do progresso. A propósito, leio a Tribuna de cabo a rabo e custo muito a encontrar o nome do prefeito e de vereadores Ribeirão-Pretano. Claro que estão trabalhando e muito e muito, mas não “lacram”, não são protagonistas de tudo.

Como grande exemplo. Foi difícil deixar a Biblioteca Sinhá Junqueira. Ali eu, deveras me ranchei. Um palacete clássico. Que lugar aconchegante, fofo, tradicional-moderno, espaço vivo. O objetivo da Biblioteca Sinhá Junqueira é o de promover o acesso ao livro e à leitura em múltiplas plataformas, possibilidades e sentidos”. E quando você pensa que é um espaço fundado e mantido pelo poder público, a grata surpresa. A dona do palacete Sinhá Junqueira,  que fora esposa do maior empresário do setor sucroalcooleiro das Américas, não tinha filhos, deixou sua vontade impressa em um testamento: Deixo a importância de seis milhões de cruzeiros, para o fim especial de ser fundada e instalada, na cidade de Ribeirão Preto, uma biblioteca pública, com acesso livre a todo cidadão, a qual será instalada no prédio da rua Duque de Caxias”. Tudo mantido pela Fundação Educandário “Cel. Quito Junqueira”, entidade com fins sociais e filantrópicos. A bibliotecária me conta isto de boca cheia...

O suprassumo do supradito é: Ribeirão Preto conversa bem com o passado, presente e futuro... e... e Patrocínio?

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